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Governo prepara proposta para renegociar dívidas de outros países com o Brasil
A proposta brasileira foi elogiada por ministros de finanças de outros países
O governo brasileiro, que na Trilha de Finanças do G20 pautou a renegociação das dívidas de países mais pobres, está na fase final de um trabalho de consolidação dos números para também renegociar as dívidas que outras economias têm com o Brasil. A informação foi dada nesta sexta-feira, 1º, pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em entrevista coletiva à imprensa no gabinete da pasta na capital paulista.
A proposta brasileira foi elogiada por ministros de finanças de outros países, com os quais o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) conversou ao longo dos três dias de G20.
“Na verdade, essa questão ficou parada no governo brasileiro durante muitos anos. Não havia interesse em resolver o problema com os países devedores. E o Brasil é um dos países credores que menos crédito tem em relação a economias de mais baixa renda. Se você pegar o que a China tem a receber na África, são valores muito mais consideráveis. Mas nós estamos, nesse momento, terminando o trabalho de consolidação da dívida”, disse informou o ministro.
Retomada
De acordo com ele, este trabalho está sendo feito agora porque ao longo dos últimos cinco ou seis anos nada foi feito neste sentido. “Então, estamos consolidando esses números para poder sentar e negociar as dívidas. Mas seria bom que nós tivéssemos um arcabouço global. Há um problema global de dívida. Não é uma coisa restrita a alguns países”, ponderou.
Segundo Haddad, se questiona muito sobre o que vai fazer com a dívida do país A ou B. “Mas não é A ou B”, diz ele acrescentando que tem muitos países endividados hoje e que estão com risco de default.
“Muitos já estão nessa condição. E não tem perspectiva de sair dessa situação. Só para vocês terem uma ideia, o serviço da dívida da África saltou para mais de US$ 70 bilhões por ano. Imagina o continente, que tem 54 países como a África, pagar em serviço da dívida de US$ 74 bilhões por ano. Então, o problema é global. Não é um problema que o Brasil tem que enfrentar”, sugeriu o ministro da Fazenda.
E é por isso, segundo ele, que o Brasil está aproveitando a presidência do G20 para levar a consideração. “Ali estão os credores. Tanto os países credores quanto os organismos internacionais credores que têm o G20 como membros”, disse Haddad.
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