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Terremoto em NY: como tremores são medidos e qual impacto de magnitude 4,8
Tremor balançou edifícios na Costa Leste dos EUA, surpreendendo moradores numa região onde abalos sísmicos são relativamente raros.
Um terremoto de magnitude 4,8 foi sentido nesta sexta-feira (5/4) em Nova York, informou o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês).
O tremor balançou edifícios ao longo da Costa Leste dos EUA, surpreendendo moradores numa região onde abalos sísmicos são relativamente raros.
O epicentro do terremoto foi em Tewksbury, na região central de Nova Jersey, cerca de 64 km a oeste da cidade de Nova York.
O abalo ocorreu pouco depois das 10h20 da manhã, pelo horário local (11h20 pelo horário de Brasília), a uma profundidade de 4,7 km, segundo o USGS, em informações citadas pela agência Reuters.
No início da noite de sexta, um outro tremor, de magnitude 3,8, foi registrado em Gladstone, no Estado de Nova Jersey, também no leste do país.
Segundo a governadora do Estado de Nova York, Kathy Hochul, o terremoto de magnitude 4,8 foi um dos maiores já registrados na Costa Leste dos EUA neste século.
Não foram registrados danos significativos, mas Hochul alertou para a possibilidade de choques posteriores. Após os tremores, equipes de engenharia inspecionam ruas e pontes em busca de danos, ainda segundo a Reuters.
Em todo o mundo ocorrem, em média, cerca de 16 grandes sismos a cada ano, 15 na escala de magnitude 7,0 e um de 8,0 ou superior, de acordo com os registos mantidos desde 1900.
Os EUA normalmente registram cerca de 63 terremotos de magnitude entre 5,0 e 5,9 por ano, de acordo com o USGS, cerca de cinco entre 6,0 e 6,9 e menos de um entre 7,0 e 7,9.
Mas como terremotos são medidos e qual o impacto de um abalo sísmico de magnitude 4,8?
E por que terremotos são raros na região de Nova York? Entenda a seguir.
Quais são as escalas para medir terremotos
A Escala Richter, ou escala de magnitude local (ML), é a mais conhecida quando se fala em mensuração de abalos sísmicos.
Mas, na prática, ela não é mais comumente usada, exceto para pequenos terremotos registrados localmente, de acordo com o USGS.
Para todos os outros terremotos, a escala de magnitude do momento (MW), é a medida mais precisa e mais comumente utilizada.
Essa escala se baseia na energia liberada por um terremoto.
Trata-se de uma escala aberta (não de zero a dez), que começa em 2,5.
Esta é a magnitude da maioria dos tremores que ocorrem a cada ano – insignificante para ser percebida pelas pessoas, mas que é captada por instrumentos que medem as vibrações causadas pelos terremotos – os sismógrafos.
Além da escala MW genérica há vários subtipos: Mwb, Mwr, Mwc, Mww, Mwp, Mi e Mwpd, que representam diferentes formas de estimar o momento sísmico.
Por exemplo, a Mwr, utilizada pelo Serviço Geológico dos Estados Unidos para mensurar o terremoto desta sexta-feira em Nova York, geralmente é usada para a análise de abalos sísmicos de tamanho pequeno a moderado (normalmente com magnitude entre 3,5-6,0 Mw).
Como terremotos são medidos
O conceito de magnitude de um terremoto foi apresentado em 1935, pelo sismógrafo Charles F. Richter, do Instituto de Tecnologia da Califórnia.
A ideia dele era simples: conhecendo a distância de um sismógrafo até um terremoto, e observando a amplitude máxima do sinal registrada no sismógrafo, poderia ser feita uma classificação quantitativa do tamanho ou força do terremoto.
À medida que mais estações sismográficas foram instaladas em todo o mundo, no entanto, tornou-se evidente que o método desenvolvido por Richter era válido apenas para determinadas faixas de frequência e distância.
A escala de magnitude do momento foi então desenvolvida para oferecer uma estimativa mais confiável do tamanho de um terremoto, particularmente para abalos sísmicos muito grandes.
Para calcular o momento de um tremor, cientistas levam em conta variáveis como o movimento de uma falha geológica e a força requerida para movê-la.
A escala é logarítmica. Isso significa que para cada número inteiro “aumentado”, a diferença de força de um terremoto cresce consideravelmente: um tremor 6, por exemplo, libera 32 vezes mais energia que um 5.
Um tremor de magnitude 7, em que começa a destruição mais severa por terremotos, é mil vezes mais “forte” que um 5.
Um terremoto de magnitude 8, por exemplo, libera força equivalente a 6 milhões de toneladas de dinamite.
A magnitude e o efeito de um terremoto, de acordo com a Universidade Tecnológica de Michigan são os seguintes:
- Abaixo de 2,5: Geralmente não é sentido;
- 2,5 a 5,4: Pequeno ou nenhum dano;
- 5,5 a 6,0: Pequenos danos a edifícios;
- 6,1 a 6,9: Danos graves;
- 8,0 ou superior: Danos massivos, podem destruir comunidades inteiras.
Por que terremotos são raros em Nova York
A cidade de Nova York e seus arredores sofrem terremotos, mas são relativamente raros e geralmente de baixa magnitude.
Isso ocorre porque a maioria dos terremotos ocorre no encontro entre placas tectônicas e a cidade de Nova York e o resto do Estado estão bem no meio da placa tectônica norte-americana.
Segundo o Consórcio de Emergência dos Estados do Nordeste (Nesec, na sigla em inglês), o maior terremoto centrado no Estado de Nova York ocorreu em 5 de setembro de 1944.
Com magnitude de 5,9 e epicentro abaixo da fronteira Nova York-Canadá, este terremoto causou grandes danos nas cidades de Massena, NY e Cornwall, Ontário.
Já os tremores mais significativos registrados na cidade de Nova York ocorreram em 1884, quando um terremoto de magnitude 5,2 ocorreu sob Coney Island.
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