Centro-Oeste
Floração do ipê-roxo está no auge em Brasília
Brasilienses aproveitam para tirar belas fotos dos ipês-roxos. Já são 270 mil árvores da espécie na capital. Eles costumam florescer entre junho e agosto. De julho a setembro, é a vez dos amarelos; e entre agosto e setembro, entram em cena o rosa e o branco.
É na estação seca que os ipês aproveitam para se exibir. Os primeiros são os ipês-roxos, que abriram a temporada de flores na capital do país há cerca de duas semanas. Muitos brasilienses tiram um tempinho do dia para contemplar o espetáculo da natureza e produzir belas fotos do colorido.
Já a artista plástica Suelene Ferreira, 55 anos, tem uma longa história de amor com os ipês. Vinda do Piauí, aos 16 anos, as árvores dessa espécie são uma lembrança que a transporta de volta para a cidade natal, Corrente. O fascínio é tamanho que, há 15 anos, Ferreira vem fotografando as florações dos ipês de Brasília. Segundo a artista, ela tem armazenadas cerca de 300 mil fotos apenas de ipês.
O desafio é conseguir capturar o momento em que algum beija-flor suga o néctar de uma das milhares de flores no alto das árvores. “Não consigo dizer qual é o meu ipê preferido. Todas as florações são um espetáculo. Além da beleza que salta aos olhos, os ipês também são alimento para os pássaros e para a alma das pessoas, o que é fundamental”, observa Suelene.
A artista lembra de outro efeito mágico da floração dos ipês: “Ela acaba promovendo o encontro entre as pessoas e as tornam mais amigas”.
Mães e filhas
A reportagem do Correio encontrou algumas mães, acompanhadas das filhas, aproveitando o breve período de floração dos ipês-roxos. Morzanna Vieira Izidro, 41 anos, voltava do dentista da filha quando tirou um tempinho para caminhar com a pequena Neta, de 6 anos, em meio aos ipês da Esplanada dos Ministérios. “Eu acho muito bonito. Traz uma sensação de paz e leveza, um arzinho bom”, diz a auxiliar de serviços gerais, que confessa não ter o hábito de fazer caminhadas, mas diz que a floração dos ipês é um ótimo motivo para mudar um pouco a rotina. “Gosto de tirar foto com as flores”, diz a pequena Neta.
Próximo à comercial da 108 Norte, vários ipês-roxos floresceram juntos. Impossível passar pelo local e não parar para contemplar o arroxeado dos cachos de flores. “Parecem árvores de buquês, são as nossas cerejeiras. Melhor do que as cerejeiras, na verdade”, analisa a estudante Isadora Castelo Branco, 28 anos, que fazia uma caminhada com a mãe, Simone Castelo Branco, 61 anos.
Isadora destaca o fato de Brasília ter muitos ipês, cuja floração é um espetáculo à parte. “É muito lindo porque sempre tem este momento da seca marcado pelas florações. Os ipês têm essa magia, é uma explosão de cores”, afirma Isadora.
“Eu sempre acho uma cor mais linda do que a outra, mas cada uma tem o seu espetáculo”, observa Simone, que admira o contraste entre as flores, o azul do céu de Brasília e os edifícios.
Ipês
A cada ano, o número de ipês-roxos aumenta e, atualmente, está em torno de 270 mil em todo o Distrito Federal. Eles costumam florescer entre junho e agosto. Daí para frente, há um longo calendário que dá espaço para cada uma das cores. De julho a setembro, é a vez dos amarelos; e entre agosto e setembro, entram em cena o rosa e o branco.
O plantio e os cuidados com as árvores são responsabilidade da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap). Somente neste ano, das 100 mil árvores que serão plantadas, 40 mil são ipês. A meta é chegar a 1 milhão de árvores da espécie em todo o DF, o que requer uma série de cuidados, como o plantio durante a época de chuva — entre outubro e março —, que permite que as árvores atravessem a estiagem sem irrigação, e o acompanhamento mensal de equipes da Novacap para impedir a propagação de pragas.
O manejo correto, que inclui espaçamento e combinação com outros tipos de plantas e árvores, é essencial para garantir a sobrevivência e a perpetuação dos ipês.
O ipê é nativo do Cerrado, mas está presente em todas as regiões do país. As árvores podem chegar a 15 metros de altura e vivem até 50 anos. Elas se dão bem em qualquer clima e altitude, fator que influencia em períodos diferentes de floração de acordo com a região. Aqui, as primeiras árvores foram plantadas na W3, poucos anos depois da inauguração de Brasília, e hoje estão presentes em todas as regiões administrativas.
Correio Braziliense
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