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Atentados suicidas no nordeste da Nigéria deixam pelo menos 18 mortos, dizem socorristas

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Os ataques não foram reivindicados por nenhuma organização, mas recordam o modus operandi do grupo jihadista Boko Haram

Ao menos 18 pessoas morreram e 19 ficaram feridas no sábado (29) em vários atentados suicidas na cidade de Gwoza, no nordeste da Nigéria, informaram os serviços de emergência locais.
A polícia informou que seis pessoas morreram em um dos ataques durante um casamento.

Os ataques não foram reivindicados por nenhuma organização, mas recordam o modus operandi do grupo jihadista Boko Haram, com forte presença nesta região da Nigéria que faz fronteira com os Camarões.

O primeiro ataque ocorreu à tarde, durante um casamento, quando uma agressora que carregava um bebê nas costas detonou explosivos no meio do banquete em Gwoza, disse à AFP o porta-voz da polícia estadual de Borno, Nahum Kenneth Daso.

Barkindo Saidu, chefe dos serviços de emergência locais (SEMA), disse em um relatório que estava em Gwoza durante o ataque.

“Até agora, 18 pessoas, incluindo crianças, homens, mulheres e mulheres grávidas, morreram nos ataques”, acrescenta o relatório.

Afirmou que 19 pessoas ficaram “gravemente feridas” e foram levadas de ambulância para a capital regional, Maiduguri, e outras 23 aguardavam para serem retiradas.

“As lesões incluem rupturas abdominais, fraturas de crânio e fraturas de membros”, acrescentou o relatório.

A sombra de Boko Haram

Durante as orações fúnebres pelas vítimas do atentado no casamento, outro homem-bomba “invadiu a congregação e detonou outro dispositivo, matando muitas pessoas”, segundo o relatório.

Pouco depois, indicou Saidu no relatório, outra explosão ocorreu nas proximidades do hospital geral da cidade devido a um dispositivo detonado por uma adolescente.

Um membro da milícia anti-jihadista que apoia o Exército na região disse que dois dos seus colegas e um soldado morreram em outro ataque contra um posto de segurança.

O Boko Haram tomou Gwoza em 2014 e proclamou ali um califado.

A cidade foi recapturada pelo Exército nigeriano com a ajuda das forças do Chade em 2015, mas o grupo jihadista continua lançando ataques a partir das montanhas na fronteira com os Camarões.

O Boko Haram continua realizando incursões na região, onde mata homens e sequestra mulheres que se aventuram para fora da cidade em busca de lenha.

A violência jihadista, que dura 15 anos, já causou mais de 40 mil mortes e deslocou cerca de dois milhões de pessoas no nordeste da Nigéria.

O conflito alastrou-se aos vizinhos Níger, Camarões e Chade, levando à criação de uma coalizão militar regional para combater os islamistas com os exércitos dos quatro países.

O Boko Haram perdeu terreno nos últimos anos, mas os combatentes jihadistas continuam atacando cidades rurais nigerianas.

AFP

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