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Após briga com aliada de secretário de Zema, ala nacional do Podemos intervém e senador deve trocar vice quando a poeira abaixar

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Carlos Viana participou de reunião com a presidente Renata Abreu nesta quinta-feira; articuladores afirmam que mudança na chapa deve ser realizada na semana que vem

Após uma briga pública entre o candidato à prefeitura de Belo Horizonte, o senador do Podemos, Carlos Viana, e a presidente estadual do partido, a deputada federal Nely Aquino, a direção nacional interveio em uma tentativa de pacificação. O impasse em torno de quem será a vice de Viana foi discutido em reunião nesta quarta-feira, com a presença da presidente da sigla Renata Abreu.

Segundo articuladores ouvidos pelo GLOBO, a ala nacional reiterou seu interesse em ter a candidatura de Carlos Viana e pediu que os dois chegassem a um consenso. A expectativa é de que os dirigentes deixem a briga esfriar e façam a alteração da vice na próxima semana.

O prazo de registros das candidaturas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) se encerra nesta quinta-feira. No entanto, o artigo 69 da resolução 23609, de 2019, permite que a sigla substitua o candidato que tiver seu registro indeferido ou venha a renunciar.

Neste caso, caso a indicada de Nely Aquino renuncie, Viana poderá colocar a sua escolhida em um prazo de até dez dias. Ao GLOBO, o senador demonstrou confiança na pacificação:

— Estamos finalizando um acordo para pacificar o partido e espero que muito breve estejamos unidos novamente, agora nas ruas para pedir votos — disse Carlos Viana.

Em nota, a direção nacional do Podemos reafirmou o apoio a candidatura de Carlos Viana e assegurou que todos os envolvidos estão comprometidos em “unificar os esforços para o sucesso na eleição municipal”.

A desavença que foi tornada pública nesta segunda-feira entre o parlamentar e Nely Aquino envolve um dos principais articuladores do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), o chefe da Casa Civil estadual, Marcelo Aro (PP). Aquino integra a chamada “Família Aro”, grupo político de aliados do secretário.

De um lado, a direção estadual pressiona para que a vice seja Renata Rosa e inclusive registrou o nome da correligionária no TSE. Viana, contudo, não quer a indicada por ser irmã da chefe de gabinete de Nely Aquino. Procurada, Aquino não respondeu os contatos da reportagem.

A vice escolhida pelo senador é a líder comunitária Kika da Serra. Na segunda-feira, Viana e Aquino trocaram farpas públicas sobre o impasse.

Em entrevista à rádio Itatiaia, a deputada federal chegou a sugerir que Viana desistisse de disputar as eleições na capital mineira e se desfiliasse do partido.

— Enquanto ele for filiado ao Podemos, partido presidido por uma deputada federal que tem orgulho de integrar a Família Aro, terá que abrir mão das suas vaidades pessoais se quiser mesmo ser candidato a prefeito — disse.

Em nota emitida naquele dia, Carlos Viana respondeu a presidente estadual e disse que não abrirá mão de indicar Kika da Serra. “A vice-prefeitura não é cabide de emprego para ela (Nely Aquino) colocar parente”, disse em trecho.

Revés com Aro

A eminente troca da vice contraria os interesses de Marcelo Aro, mas, segundo articuladores, não terá efeitos reais na campanha de Carlos Viana. Isto porque dificilmente o secretário subiria em seu palanque, uma vez que o governador Romeu Zema apoia outro candidato, o deputado estadual Mauro Tramonte (Republicanos).

Na convenção do Podemos, quando o nome do senador foi formalizado, Aro não esteve presente, mas enviou representantes de seu grupo político, a exemplo de sua mãe, a vereadora Professora Marli (PP), e seu pai, o deputado estadual Zé Guilherme (PP).

Para além da vice, Aro e Viana costuraram um acordo para que o suplente, Castellar Neto (PP), assumisse o mandato no Senado Federal durante as eleições. Por este motivo, o senador se licenciou de suas atividades parlamentares em meados de julho.

Segundo a última Quaest divulgada na capital, Viana tem 9% das intenções de voto e está empatado tecnicamente com outros seis candidatos. Quem lidera a disputa é Mauro Tramonte, do Republicanos, com 25%.

 O Globo

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