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Saúde do DF reforça plano de contingência contra mpox em meio à alerta global

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O último caso na capital foi notificado em 6 de junho, totalizando 15 este ano. De acordo com a pasta, não há registro da variante responsável pelo alerta global emitido pela OMS

Neste ano, o Distrito Federal (DF) registrou, até o momento, 15 casos de mpox. A última confirmação de um paciente afetado pela doença foi em 6 de junho. No mesmo período do ano passado, foram 10 casos notificados em residentes do DF. A Secretaria de Saúde (SES-DF) informa que a mpox encontra-se controlada e não há casos relacionados à variante Clado 1, responsável pelo alerta global.

Na semana passada, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o cenário da doença no continente africano constitui emergência em saúde pública de importância internacional.

Mas, afinal, o que é a mpox? Segundo o infectologista Max Igor Banks, do Hospital Santa Catarina/Paulista, de São Paulo, trata-se de uma doença viral, causada pelo vírus monkeypox, que se caracteriza principalmente pela formação de vesículas ou bolhas na superfície da pele. A transmissão pode ocorrer de duas maneiras: por meio do contato próximo com uma pessoa ou com mamífero infectado. Essa última é a mais comum na África. “As bolhas que se formam podem transmitir o vírus para outra pessoa. Uma forma da transmissão é via sexual, mas o contato próximo e íntimo entre pessoas também pode levar à transmissão”, detalha.

O médico explica que os primeiros sintomas notados são semelhantes aos de outras doenças virais, como febre, dor no corpo e, eventualmente, dor de cabeça. “A partir de um determinado momento, podem aparecer bolhas pelo corpo, e isso preocupa, essa é a hora em que a gente começa a caracterizar de forma mais clara o monkeypox. Essas vesículas podem evoluir para crostas e cicatrizar completamente”, detalha. O especialista completa que a maior parte das pessoas terá uma doença autolimitada, que se resolve sozinha e dura de duas a três semanas.

O comerciante José (nome fictício a pedido da fonte), 46 anos, vive no DF e teve a mpox no ano passado. “Comecei a sentir uma dor forte na cabeça. Depois, começaram a aparecer umas bolhas nas minhas mãos e braços. Foram umas quatro semanas assim. Senti muita dor muscular e tive febre também”, relata.

José não faz ideia sobre como houve o contágio. “Nem sabia o que era. Quando apareceram as feridas, fui ao médico e disseram que era isso. É uma situação que não desejo a ninguém”, descreve.

Alerta

Ralcyon Teixeira, infectologista do Hospital Sírio-Libanês, de Brasília, destaca que é preciso estar alerta. “Já foi disparado pelo Ministério da Saúde e pelas secretarias estaduais o reforço dos possíveis casos que venham a acontecer, para monitorar o crescimento — se houver. A mpox pode, sim, levar ao óbito, principalmente pessoas com imunodeficiências (problemas de imunidade) e crianças”, aponta.

Como medida para diminuir o risco de infecção e transmissão, ele avalia que é fundamental evitar o contato com indivíduos que estejam na fase ativa da doença, sejam eles suspeitos, sejam confirmados. O diagnóstico da mpox é feito por meio da coleta de material das lesões e a incubação do vírus leva, em média, de seis a 16 dias, podendo chegar até 21 dias, de acordo com o infectologista. A doença tem cura e o tratamento consiste em suporte clínico para aliviar sintomas, prevenir e tratar complicações e evitar sequelas.

Plano

O primeiro caso da doença no DF foi confirmado em julho de 2022. Naquele ano, houve 348 notificações. Em 2023, a SES-DF contabilizou bem menos registros — 24. Conforme a pasta, nunca houve mortes pela doença na capital.

A SES-DF tem um plano de contingência para monkeypox vigente desde setembro de 2022, com recomendações relacionadas à notificação, diagnóstico e isolamento de casos. O documento está disponível no site saude.df.gov.br. A secretaria complementa que o plano está em revisão, com o objetivo de adaptá-lo às recomendações atuais com base nas características da epidemia no continente africano. “A SES-DF segue monitorando o cenário epidemiológico para identificação de eventuais mudanças no quadro atual”, informa. O plano encontra-se disponível no site da pasta.

Em caso de infecção, a secretaria orienta que a primeira ação seja procurar uma unidade de saúde para iniciar a investigação, o diagnóstico e o tratamento dos sintomas. As diretrizes para a vacinação contra a mpox no Brasil serão definidas pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde (MS), “considerando o número limitado de doses disponíveis mundialmente e a necessidade de aguardar a negociação da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) com os laboratórios produtores”.

Sintomas

» Erupções cutâneas ou lesões de pele;
» Adenomegalia – Linfonodos inchados (ínguas);
» Febre;
» Dores no corpo;
» Dor de cabeça;
» Calafrio;
» Fraqueza.

Fonte: Ministério da Saúde

 

Correio Braziliense

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