Economia
Para Joaquim Levy, Brasil vai “encontrar o caminho” na política fiscal
Em conversa com o Correio, após palestra no Congresso de Governança Corporativa, ex-ministro da Fazenda citou a elevação da classificação de risco de Ba2 para Ba1 pela Moody’s. Levy também disse acreditar que o grau de investimento “virá”
São Paulo — O ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy comentou nesta quarta-feira (9/10), ao Correio, acreditar que o Brasil vai conseguir “encontrar o caminho” adequado para manter o equilíbrio das contas públicas. Ele citou, como demonstração, a melhora na classificação de risco do país pela agência de rating Moody’s, que colocou o país a um passo do grau de investimento.
Ao encerrar a sua fala no 25° Congresso do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), Levy, que é diretor de Estratégia Econômica do Safra falou, em tom bem humorado, que olha os dados fiscais do Brasil “todos os dias”. Em conversa, após o evento, com o Correio, ele mostrou tranquilidade em relação ao tema, embora o mercado financeiro venha sinalizando preocupação com o risco fiscal. “A questão fiscal é uma realidade permanente à qual todo mundo presta atenção. Mas temos evoluído. Tivemos, agora, o upgrade da Moody’s, comentou Levy. “A gente já venceu a inflação, a gente já venceu a época em que o Brasil não tinha reservas internacionais. Eu acho que essa questão fiscal também vai encontrar o caminho adequado com a participação de todo mundo”, completou.
Perguntado sobre a sua expectativa em relação ao grau de investimento – a nota indicando aos investidores que o país é um bom pagador – o economista respondeu que “virá”, mas não arriscou previsões em relação a quando deve acontecer. “Quem vai saber disso?”, indagou. “Precisamos ver como é que as coisas evoluem. Temos, agora, o orçamento de 2025. Cada dia é um passo”.
Sobre a taxa de inflação que em setembro marcou os 4,42% em 12 meses, segundo os dados divulgados nesta quarta-feira (9) pelo IBGE, o ex-ministro disse que a avaliação não pode ser feita apenas com o dado do momento. “Tem que olhar na ponta, não adianta você olhar a coisa assim. É preciso abrir os números para avaliar”, ponderou o economista.
Correio Braziliense
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