Economia
Empresários sugerem a Lula pacote para conter inflação de alimentos
Segundo fontes que participaram do encontro, as empresas dizem não haver risco de desabastecimento, mas apresentaram dados que mostram o crescimento dos preços
Preocupado com a pressão inflacionária, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) consultou, na última quinta-feira (21), no Palácio do Planalto, um grupo de empresários de ponta do varejo nacional sobre formas de conter a inflação de alimentos no país e evitar uma crise de desabastecimento.
Segundo fontes que participaram do encontro, as empresas dizem não haver risco de falta generalizada de alimentos, mas apresentaram dados que mostram o crescimento dos preços.
De acordo com o setor, os preços de 35 produtos de largo consumo cresceram 7,30% em 12 meses. Já os 12 produtos que fazem parte da cesta básica tiveram um aumento de 11,14% no período.
No encontro, os empresários apresentaram um pacote de medidas para tentar controlar a alta dos preços.
Para reduzir custos dos meios eletrônicos de pagamento, foi sugerida uma mudança no Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) para que ele tenha mais alcance, além da redução do prazo de reembolso dos cartões de crédito.
Também foram sugeridas medidas como a venda de medicamentos sem receita nos supermercados, isenção fiscal para doação de alimentos, um modelo de modernização do prazo de validade para conter desperdícios, e criação de uma cesta básica nacional de alimentos isentos.
Para facilitar a geração de empregos, os gestores sugerem a desoneração para contratação de funcionários em início de carreira e aos trabalhadores com mais de 60 anos, além da continuidade do Benefício de Prestação Continuada (BPC) à pessoa com deficiência. Eles ainda defendem a flexibilização de contratos de trabalho e inclusão do setor no programa de desoneração da folha de pagamento.
Os empresários relataram dificuldades na contratação de funcionários em razão do mercado aquecido. De acordo com essas empresas, há 350 mil vagas em aberto no setor.
O governo ficou de avaliar as medidas sugeridas.
Do lado do governo, participaram o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin; e os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Carlos Fávaro (Agricultura); Luiz Marinho (Trabalho), Wellington Dias (Desenvolvimento Social); Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário); Alexandre Padilha (Relações Institucionais); e Paulo Pimenta (Comunicação Social).
Do setor privado, estiveram presentes os presidentes da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia), João Dornellas; da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), João Galassi; da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (Abad), Leonardo Miguel Severini; do conselho da Associação Brasileira dos Atacarejos (Abaas), Belmiro Gomes (Assaí Atacadista) e Virgílio Villefort (Villefort Atacado e Varejo); do Carrefour Brasil, Stéphane Maquaire; do Atacadão, Marco Oliveira; do Conselho de Administração do Grupo Mateus, Ilson Mateus; do Atacadão Dia a Dia, Branco Amaral; do Grupo Muffato, Everton Muffato; e o 1º vice-presidente da Abras e diretor de Relações Institucionais do Assaí Atacadista, Paulo Pompilio.
O grupo também apresentou dados sobre a desvalorização das ações das empresas de varejo alimentar, que registrou queda acumulada de 21,88%. Para o setor, essa depreciação se deve aos altos custos operacionais.
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