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Fundo Constitucional do DF: entenda o impacto dos cortes na educação

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Da parcela do Fundo Constitucional ao ensino público, cerca de 80% são destinadosao pagamento de professores e servidores, enquanto o restante do montante é utilizado para pagar despesas correntes. Especialistas alertam para uma crise

Se aprovada, a alteração no cálculo do Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF) pode ter implicações negativas na educação pública da capital da República. O valor do fundo é aplicado em áreas essenciais para a população. A educação é um dos três eixos em que o recurso é aplicado. Somente em 2024, R$ 5,5 bilhões vindos do fundo foram aplicados na educação. Deste total, 80% é utilizado para pagamento de folha de pessoal, enquanto o restante do valor é destinado à cobertura de despesas correntes como, por exemplo, contratos de serviços contínuos de limpeza, conservação, vigilância, entre outros. A qualidade da educação dos 458.728 estudantes que fazem parte da rede pública de ensino seria diretamente impactada.

Caso o Projeto de Lei nº 4614/2024 seja aprovado, o valor do Fundo Constitucional do DF deixaria de ser calculado com base na Receita Corrente Líquida (RCL) da União e passaria a ser estipulado com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), isto é, a inflação.

Especialista ouvido pelo Correio avalia que, caso a redução no recurso se efetive, o Governo do Distrito Federal (GDF) precisará encontrar formas de compensar isso e as soluções podem causar uma redução nos recursos destinados à educação. “Em geral, na administração pública, isso se compensa com a revisão de isenções concedidas. Como exemplo, podemos citar a redução do Imposto sobre Transição de Bens Imóveis (ITBI), recentemente aprovada no DF. Isenções de tributos como o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) também correm o risco de ser revistas, porque estes são impostos extremamente importantes para a cesta de arrecadação do DF”, ressaltou o professor de políticas públicas em educação da Universidade de Brasília (UnB) Remi Castione. “Eu acredito que uma das primeiras medidas do GDF, caso a redução nos recursos do fundo seja aprovada, deve ser não promulgar nenhuma lei com o objetivo de reduzir impostos, porque cerca de 20% dos recursos dos impostos arrecadados no DF são formadores da base do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb)”, acrescentou.

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