Brasil
‘A Voz do Brasil’: jornal de rádio mais antigo do país completa 90 anos em 2025
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Radiojornal histórico que leva notícias diárias sobre o governo aos cantos mais remotos do país é também um dos mais antigos do mundo
O Dia Mundial do Rádio, 13 de fevereiro, foi estabelecido pela Unesco em 2011 em homenagem à primeira transmissão radiofônica feita pelas Nações Unidas, em 1946. Mais de dez anos antes disso, porém, o radiojornal mais antigo do Brasil, que chega até hoje aos cantos mais remotos do país, foi transmitido pela primeira vez, em 1935.
No próximo 22 de julho, A Voz do Brasil completa 90 anos de atividade ininterrupta, o maior tempo contínuo para um radiojornal no planeta. O meio de comunicação que utiliza de ondas eletromagnéticas para se fazer presente nos mais variados lugares do mundo tinha, portanto, apenas 13 anos de atividade no Brasil quando, por meio dele, nasceu um dos noticiários mais importantes do país.
Ao longo de mais de um século de mudanças intensas — desde as primeiras transmissões de rádio em solo brasileiro, datadas de 7 de setembro de 1922, até o avanço de tecnologias na atualidade —, o rádio se manteve constante e atual. Por isso, não é de se estranhar que o programa que consta no Guinness Book como o mais antigo do Hemisfério Sul ainda em execução continue tendo a relevância que sempre teve.
“É um programa que praticamente acompanhou a história do rádio brasileiro”, conta ao Correio a jornalista Mariana Clemente Jungmann, que dá voz, ao lado de Gabriela Mendes, ao A Voz do Brasil.
Alcance e acessibilidade
Para além da importância histórica, as importâncias social e comunicacional de A Voz do Brasil são imensuráveis. “A Voz chega aonde outros meios não chegam, no que a gente chama de vazios da comunicação”, explica Jungmann.
Comunidades afastadas ou isoladas, como as ribeirinhas, recebem a mesma informação que os grandes centros do país. A partir do radiojornal, elas são atualizadas sobre ações dos três Poderes do governo federal, bem como sobre serviços relativos aos próprios direitos e a políticas públicas.
A jornalista esclarece que isso é possível, também, devido à acessibilidade do meio de comunicação celebrado nesta quinta (13/2). “O rádio é a mídia mais fácil de se ter acesso. Você consegue ouvi-lo com um aparelhinho de pilha, às vezes nem é preciso energia elétrica.”
A partir dele, ficam disponíveis música, entretenimento, notícias, cultura e muito mais. Estatal e difundida de forma obrigatória de segunda a sexta-feira em todas as emissoras de radiodifusão nacionais, A Voz do Brasil utiliza da versatilidade do meio de comunicação para levar informações e conteúdos essenciais à população de todo o território nacional, sem exclusões.
São 25 minutos de notícias acerca do poder Executivo — que inclui, além da presidência, ministérios, órgãos e empresas federais —; 30 para o Legislativo, sendo 20 para a Câmara dos Deputados e dez para o Senado; e cinco para o Judiciário. Durante a longeva história, contou também com a transmissão de músicas e radionovelas.
Magia
Enquanto a televisão, por exemplo, impõe distanciamento, “os programas de rádio, como a Voz, têm uma relação de muita intimidade com os ouvintes”, conta Mariana. “As pessoas se sentem muito próximas do locutor: nos mandam mensagens, pedem para visitar o estúdio.”
Segundo ela, isso é parte de toda a magia que envolve o meio de comunicação: a criação de um imaginário, que vira, então, “um pouco do rádio em si”.
A ópera O Guarani, de Carlos Gomes, que abre o noticiário, por exemplo, é parte do imaginário coletivo da população brasileira: todo mundo sabe o que vem depois das primeiras notas tocadas pelas emissoras de rádio do Brasil às 19h.
O mais antigo
A Voz do Brasil — antes Programa Nacional e Hora do Brasil — é “o mais antigo do mundo se pensar em um programa contínuo de rádio”, conta Mariana Jungmann.
Ela diz que há um programa na Suíça que teoricamente seria mais antigo, mas ele parou de ser veiculado por algum tempo — o que faz com que a radiojornal brasileiro que foi ao ar pela primeira vez em 22 de julho de 1935 seja o único do mundo que continua, sem pausas, por tanto tempo.
Mariana revela que, apesar de não haver registros sobre a primeira transmissão, a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) tem feito buscas de levantamento e se dedicado bastante para o aniversário do programa, que este ano completa 90 anos.
Correio Braziliense
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