Centro-Oeste
Tebet defende que valor de emenda deve ser reavaliado

Para ministra do Planejamento, volume da destinação de recursos da União aos parlamentares “é pesado”. Na LDO, Congresso reservou mais de R$ 50 bilhões
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, apontou, ontem, a necessidade de discutir o tamanho dos recursos destinados às emendas parlamentares no Orçamento federal. A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), aprovada na semana passada pelo Congresso, reservou R$ 50,4 bilhões para as destinações dos congressistas este ano. Cerca de R$ 39 bilhões serão para emendas impositivas.
“A gente tem que repensar o modelo de emendas parlamentares. O valor é muito pesado. Quando a gente tem um Orçamento em que as despesas podem ser remanejadas, ficam quase 50% na mão do Congresso em forma de emendas e outros 50% para investimento público na mão do governo federal. A gente vê que a conta não fecha. A gente não consegue atender todas as necessidades dessa forma”, explicou, em entrevista ao programa Bom Dia, Ministra, da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC).
Tebet afirmou ser a favor das emendas, mas ponderou que o montante excessivamente alto prejudica o orçamento público e impede a alocação eficiente de recursos em áreas consideradas prioritárias. “Quem tem a visão do todo é o Executivo. Os parlamentares têm uma visão de país, sem dúvida, mas, normalmente, têm uma visão muito específica do local por onde foram eleitos”, disse.
Do montante destinado aos parlamentares, R$ 11,5 bilhões são direcionados para as emendas de comissão — alvo de questionamento pelo Supremo Tribunal Federal. Tebet reconheceu que houve progresso no que se refere à rastreabilidade e transparência das emendas, mas admitiu que “não chegamos ao nível” exigido pelo STF.
Apesar dos cortes no Orçamento, ela garantiu que os programas sociais serão mantidos. A ministra sinalizou que será preciso fazer ajustes fiscais mais robustos no futuro, “sem tirar direito de ninguém”. E deu um recado ao Congresso.
“Quando apresentamos as medidas, o Congresso tem que estar com vontade de votar. Estamos perto de um processo eleitoral e, aí, fica mais difícil. Acho que a janela para as grandes mudanças estruturais no ajuste acabarão ficando para a pós-eleição de 2026”, previu.

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