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Comércio comemora aumento nas vendas após tarifa zero no transporte do DF

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A gratuidade no transporte público, em vigor há um mês, tem levado milhares de brasilienses a passear pela capital sem custo de passagem. Lojistas relatam aumento no fluxo de clientes e nas vendas, com consumidores aproveitando para fazer compras

Domingos no Distrito Federal agora estão mais animados. Transitando de graça nos ônibus, os candangos podem se divertir em vários locais de lazer do Distrito Federal. Aquele dinheirinho que antes era guardado para a passagem agora pode ser usado para outras finalidades. Com a gratuidade nas passagens, lojistas já percebem um aumento no fluxo de clientes, enquanto consumidores aproveitam a oportunidade para passear e comprar uma coisa ou outra.

No sol gostoso de fim de semana, na Prainha do Lago Norte, Alessandro Souza, de 45 anos, vende caipirinhas, cada uma por R$ 20 reais, há onze anos. Faturando cerca de R$ 450 com os drinks a cada domingo, o vendedor diz ter notado um aumento no movimento do local. “Nos últimos domingos está bem cheio, creio que tenha a ver sim com a gratuidade das passagens. Estou vendendo bem melhor”, contou Alessandro. Segundo ele, o ponto varia, com dias bons e ruins para as vendas. “Aqui é clima de praia mesmo. Se não tiver sol, ninguém vem mesmo. Os sábados são bem menos movimentados que os domingos. Acho que com esse calor e, agora sem precisar pagar ônibus, tem gente vindo de vários lugares”, completou Alessandro, que trabalha como motorista de aplicativo durante a semana.

Para o presidente do Sindicato do Comércio Varejista (Sindivarejista-DF), Sebastião Abritta, embora a gratuidade no transporte público seja recente, há uma percepção clara de aumento na circulação de consumidores. “Temos percebido que o movimento aumentou e as pessoas estão consumindo mais”, afirma. Ele estima que o número de pessoas circulando aos domingos cresceu entre 20% e 30% desde que a iniciativa foi lançada.

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio) aponta, porém, para o fato de que a Tarifa Zero é ainda recente, por isso não há como medir os efeitos concretos da medida até então. O órgão ressalta, apesar disso, que planeja realizar uma sondagem junto a lojistas e representantes de pontos turísticos após 90 dias da implantação da nova regra. A intenção é compreender de forma mais precisa como o uso do transporte gratuito aos domingos e feriados estará consolidado entre os brasilienses — e qual será, de fato, a influência sobre o movimento no comércio local.

Otimismo

Entre lojistas, o clima é de otimismo, mas também de trabalho árduo para dar conta da demanda. Comerciante confirmam a tendência e relatam crescimento nas vendas. Há quase duas décadas trabalhando como gerente de uma loja de calçados no shopping Conjunto Nacional, Ciro Monteiro, de 51 anos, notou uma mudança desde que a tarifa zero começou a valer.

Volta de ônibus do público que foi à Prainha do Lago Norte

Volta de ônibus do público que foi à Prainha do Lago NorteEd Alves CB/DA Press

Corrida

Para dar conta do fluxo de clientes, os estabelecimentos da capital têm se desdobrado. Trabalhando há três anos em uma lanchonete no centro de Brasília, Roberto Fernandes, 41, viu o número de pessoas que frequentam o ponto aumentar 50% com a medida. “Aos domingos, esse número girava em torno de 300, mas agora chega a 450”, informou.

O aumento no número de clientes também se refletiu no faturamento da loja. Roberto acredita que o lucro subiu cerca de 15% aos domingos. Mas mesmo com a movimentação maior, a lanchonete segue com a mesma equipe. “Nos dias úteis, quase não paramos. No domingo, então, é cliente atrás de cliente. Temos que nos virar. Já temos prática. Então, não é tão complicado”, diz Roberto, demonstrando otimismo.

 

 

Correio Braziliense

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