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Conscientização e denúncia

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O que falta demais aqui, no Brasil, é nos atentarmos para a pandemia de abusos físicos e psicológicos contra crianças e adolescentes que acontece pelo país

 

Por Cida Barbosa – Correio Braziliense

A última sexta-feira marcou o Dia Mundial da Luta contra os Maus-tratos na infância. A data teve origem na dor de uma avó norte-americana, que perdeu dois netos agredidos até a morte pela mãe e o namorado. A atrocidade fez com que ela resolvesse amarrar um laço azul na antena do carro para chamar a atenção das pessoas e alertar sobre violência contra crianças. O azul simboliza a cor das lesões.

O que falta demais aqui, no Brasil, é nos atentarmos para a pandemia de abusos físicos e psicológicos contra crianças e adolescentes que acontece pelo país. Os casos são diários, cada um mais medonho que o outro, e o Estado segue praticamente inerte. Desrespeita seu dever de garantir a segurança e o bem-estar de meninos e meninas “com absoluta prioridade”, como ordena a Constituição.

Há entidades empenhadas nessa missão, mas são vozes, claro, que não têm o alcance do poder público. Cabe ao Estado, pela força que possui, tomar a frente e fazer da proteção de crianças e adolescentes uma luta nacional, implementar políticas públicas, convocar esforço coletivo, fortalecer a rede de atendimento.

Nada consistente é feito, porém. Mas nós, família e sociedade, não podemos ter a mesma postura negligente. Temos, igualmente, a responsabilidade de zelar pela proteção de meninos e meninas. Obrigação que está, também, na Carta Magna.

Precisamos nos conscientizar de que a violência contra a camada mais vulnerável da população não dá trégua, nem poderia, uma vez que não há medidas efetivas para enfrentá-la. Portanto, temos de cobrar, insistentemente, essas ações. E denunciar os casos.

No ano passado, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania recebeu mais de 270 mil denúncias de abusos. E sabemos que esse número assustador não reflete a plena realidade, por causa da subnotificação.

O enfrentamento à barbárie é um desafio hercúleo porque pais ou responsáveis, que deveriam cuidar e proteger meninos e meninas, são justamente os que mais cometem violência contra eles.

As consequências dos abusos são profundas na saúde física e mental e no desenvolvimento de crianças e adolescentes. Os impactos prosseguem na vida adulta, como transtorno de estresse pós-traumático, depressão, ansiedade, transtornos alimentares e de sono, dificuldade de socialização.

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