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Conflito no Oriente Médio impulsiona demanda por exploração de petróleo na Foz do Amazonas

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A intensificação do confronto entre Israel e o Irã tem aumentado a pressão no Brasil para expandir as áreas de exploração petrolífera, especialmente na região da Foz do Amazonas. Entidades do setor alertam que os conflitos na região do Oriente Médio impactam diretamente o preço do barril de petróleo.

Israel iniciou, em 13 de junho, uma ofensiva contra o Irã, alegando que o país estaria próximo de desenvolver uma arma nuclear, o que é negado pelo Irã, que afirma utilizar suas usinas nucleares para fins pacíficos, como geração de energia.

Nos últimos dias, a situação se agravou, com a participação dos Estados Unidos, que bombardearam instalações de enriquecimento de urânio no Irã. Em resposta, o aiatolá Ali Khamenei declarou que os Estados Unidos sofrerão consequências severas se seguirem com ações militares na região. Em retaliação, o Irã atacou bases militares americanas no Catar.

O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou um cessar-fogo entre Israel e o Irã, mas as incertezas continuam, mantendo o mundo em alerta.

Diante deste cenário, o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) realizou reuniões para avaliar os impactos do conflito no mercado energético brasileiro. O IBP enfatiza que o risco de fechamento do Estreito de Ormuz, passagem crítica para cerca de 20% do petróleo mundial, intensifica as dificuldades no transporte e abastecimento global.

Para enfrentar essa volatilidade, o IBP recomenda avançar na exploração de novas áreas petrolíferas no Brasil, como a Foz do Amazonas, situada na Margem Equatorial.

Situação da exploração na Foz do Amazonas

A região da Margem Equatorial, que abrange do Rio Grande do Norte até o Amapá, está sob análise da Petrobras, que planeja investir US$ 3,1 bilhões na exploração local. Em 2023, o Ibama negou a licença ambiental por inconsistências técnicas, mas em 2025 aprovou o plano de resgate da fauna da Petrobras em casos de vazamentos, um avanço importante para a sustentabilidade das operações.

O presidente Lula é favorável à exploração, desde que realizada com responsabilidade ambiental, enquanto a ministra do Meio Ambiente ressalta a importância da redução do uso de combustíveis fósseis.

A Agência Nacional de Petróleo (ANP) realizou um leilão envolvendo 47 blocos na Foz do Amazonas, com 19 deles arrematados. Porém, o Ministério Público Federal solicitou a suspensão da próxima fase do leilão, pedindo a proibição da homologação dos blocos previstos até 1º de setembro.

Perspectivas econômicas e geopolíticas

O economista e doutor em Relações Internacionais, Igor Lucena, destaca que a guerra na região do Golfo Pérsico gera preocupações quanto à estabilidade da produção petrolífera mundial e enfatiza a necessidade do Brasil aumentar sua independência energética ampliando sua capacidade produtiva.

O Estreito de Ormuz, localizado entre o Irã e Omã, é crucial para o transporte de petróleo do Oriente Médio para os mercados da Ásia, Europa e América do Norte, por isso qualquer instabilidade nessa região impacta diretamente o mercado global.

Dario Durigan, secretário-executivo do Ministério da Fazenda, aponta uma tendência de alta no preço do barril de petróleo, mas ressalta que o Brasil acompanha atentamente os desdobramentos no Oriente Médio para definir ações de mitigação.

Apesar das tensões, o preço do barril Brent apresentou queda na segunda-feira, encerrando o dia cotado a US$ 70,52, uma diminuição de 6,67% em relação ao valor anterior, sinalizando variações significativas no mercado global.

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