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PT mobiliza influenciadores para impulsionar campanha sobre taxação dos ricos

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O Partido dos Trabalhadores (PT) reuniu nesta quarta-feira (2) um grupo de influenciadores digitais para fortalecer a comunicação da nova campanha do governo Lula, focada na taxação dos super-ricos, bancos e casas de apostas, conhecida como “campanha taxação BBB”.

Com o apoio do Palácio do Planalto, cerca de 270 criadores de conteúdo foram convocados para um encontro virtual com lideranças do PT, entre eles o secretário nacional de comunicação, o deputado federal Jilmar Tatto (SP), o presidente do partido, o senador Humberto Costa (PE), e o marqueteiro Otávio Antunes, responsável pela estratégia da campanha.

Otávio Antunes detalhou que a campanha será dividida em etapas. A primeira fase, já em andamento, visa sensibilizar o público sobre o tema da justiça social. A segunda etapa trará comparações diretas, como apontar que o valor gasto com o Bolsa Família é equivalente às isenções fiscais para poucos grandes produtores rurais.

Jilmar Tatto ressaltou que a atuação nas redes sociais é uma resposta à polarização política atual e que o enfrentamento não é contra o Congresso, apesar de uma parte dos aliados do governo ter usado hashtags críticas recentemente. Segundo ele, o movimento nas redes sociais surgiu de forma espontânea entre os usuários.

O advogado Marco Aurélio de Carvalho, convidado para oferecer suporte jurídico, recomendou cautela para que as publicações não envolvam calúnia, difamação ou injúria, evitando complicações judiciais para os influenciadores.

Durante o encontro, Carvalho agradeceu ao presidente da Câmara, Hugo Motta, por ter promovido a pauta que motivou a reação da esquerda e sugeriu a criação de uma equipe jurídica para orientar os comunicadores digitais vinculados ao PT.

Ele também reforçou a importância de divulgar informações verdadeiras sobre as ações do governo e a necessidade de destacar a oposição entre os projetos do Executivo e do Legislativo, defendendo o direito do governo de regulamentar o IOF.

As recentes derrotas do governo no Congresso levaram a esquerda a reformular sua retórica política, que agora inclui a taxação dos mais ricos como uma pauta central com vistas às eleições de 2026.

Materiais para divulgação nas redes sociais estão sendo produzidos, e a Frente Povo Sem Medo, ligada ao deputado Guilherme Boulos (PSOL), convocou uma manifestação para 10 de julho em São Paulo com o lema de taxar os super-ricos e acabar com a escala 6×1 de trabalho.

Jilmar Tatto destaca a unificação da esquerda em torno da pauta da taxação e anuncia a intensificação da produção de vídeos semanais para engajar influenciadores na disseminação da mensagem.

Guilherme Boulos vê a campanha como uma reação necessária às ações da direita no Congresso e acredita que a manifestação terá grande adesão, mesmo com a recente redução de participação popular em atos públicos.

Durante a reunião virtual, algumas críticas foram feitas à condução do encontro e à efetividade da campanha, apontando que as mensagens ainda não estão claras para o público geral, especialmente os trabalhadores.

Desafios e expectativas

Especialistas em marketing político avaliam que a estratégia pode ter alcance nas redes sociais, porém questionam sua capacidade de impactar o eleitorado de forma mais ampla e aumentar a popularidade do governo.

Renato Dorgan, cientista político e CEO do Instituto Travessia, observa que o discurso sobre a luta entre ricos e pobres parece não refletir a realidade vivida pela maioria, que enfrenta dificuldades como inflação e serviços públicos precários.

O estrategista Felipe Soutello, que coordenou a campanha presidencial de Simone Tebet (MDB) em 2022, aponta que embora a proposta de taxar os mais ricos dialogue com o histórico do PT, a comunicação do governo precisa ser mais clara e acompanhar medidas concretas de ajuste fiscal para convencer um eleitorado mais amplo.

Ele também critica o uso de vídeos produzidos por inteligência artificial na campanha, ressaltando que a política pública deve ser feita por e para pessoas, com empatia e proximidade genuína, para além do engajamento nas redes.

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