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Hamas vê com bons olhos garantias dos EUA para cessar-fogo com Israel

A possibilidade de um acordo de cessar-fogo de 60 dias entre Israel e o Hamas, que segundo o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem o lado israelense pronto para assinar, ganhou força nesta quinta-feira. Fontes do grupo palestino indicaram à mídia árabe que estão satisfeitas com as condições apresentadas.
As negociações anteriores, mediadas pelos EUA, Egito e Catar, ficaram estagnadas devido às diferenças entre o governo israelense e o grupo palestino terrorista sobre o desfecho do conflito. O Hamas exige que o acordo inclua o fim definitivo da guerra e a retirada das tropas israelenses de Gaza, enquanto Israel se recusa a encerrar sua operação militar sem a eliminação do grupo responsável pelo ataque terrorista de 7 de outubro de 2023.
Embora a proposta atual não defina o fim do conflito, o jornal saudita Asharq al-Awsat relata que o Hamas teria aceitado garantias de que nenhuma das partes retomará os combates após o cessar-fogo, sem que as negociações para encerrar a guerra sejam concluídas.
O modelo discutido é semelhante ao acordo que ambas as partes concordaram em janeiro. Nesse acordo, o Hamas liberaria uma quantidade predeterminada de reféns, incluindo alguns cadáveres, em troca da libertação de prisioneiros palestinos detidos por Israel durante o cessar-fogo. Depois disso, começaria um período dedicado à diplomacia para discutir os termos do fim do conflito.
O acordo de janeiro falhou nas negociações, que também tratavam da devolução de militares capturados. Israel rompeu a trégua e retomou ataques ao território palestino, sem avanços nas conversas. As garantias que agradaram o Hamas, segundo fontes palestinas e israelenses, evitam uma retirada unilateral neste momento para permitir negociações contínuas.
De acordo com um funcionário israelense anônimo ao jornal Times of Israel, a proposta atual inclui uma retirada parcial das tropas de Gaza e um aumento significativo da ajuda humanitária ao território, enquanto os mediadores se comprometem a continuar as discussões para o fim da guerra — mesmo sem compromisso direto de Israel em terminar o conflito.
Fontes americanas e israelenses afirmam que o governo dos EUA está pressionando o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, a aceitar a proposta durante viagem oficial a Washington na próxima semana. Internamente, Netanyahu também enfrenta pressões.
A ala mais radical do governo, liderada por grupos nacionalistas e religiosos, sinaliza unir-se para rejeitar qualquer proposta na Knesset que finalize a guerra, enquanto a oposição indica apoio a Netanyahu caso ele apresente termos para encerrar o conflito e recuperar os reféns. Mesmo dentro do governo, sinais de cansaço com a guerra aparecem, com o ministro das Relações Exteriores, Gideon Saar, afirmando que um acordo deve ser alcançado.
Representantes do Hamas estão reunidos com uma delegação egípcia para discutir os termos. Conforme a imprensa saudita, o grupo precisa avaliar a proposta com outras facções em Gaza antes de dar uma resposta oficial. Espera-se uma decisão até sexta-feira. (Com AFP)

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