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Desafio na internet motiva ataques a ônibus em São Paulo

O diretor do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) de São Paulo, Ronaldo Sayeg, declarou nesta quinta-feira (3/7) que a série de ataques a ônibus na capital e em cidades da região metropolitana e litoral paulista pode estar relacionada a desafios populares na internet. Essa é a principal linha de investigação seguida pela polícia, que descartou até o momento envolvimento de organizações criminosas.
“Por enquanto, não consideramos que as facções criminosas sejam responsáveis, pois não há um objetivo claro nos ataques, algo comum em ações dessas facções. Estamos considerando outras possibilidades já mencionadas, como os desafios online”, explicou Sayeg durante uma coletiva de imprensa.
São Paulo enfrenta uma sequência de ataques a ônibus nas últimas semanas. Aproximadamente 135 ônibus foram danificados em menos de dez dias na Grande São Paulo. Um homem de 27 anos foi preso após vandalizar três ônibus e pontos de ônibus em São Bernardo do Campo.
Sayeg também informou que as autoridades estão monitorando as redes digitais à procura de evidências concretas, embora nenhuma confirmação tenha sido encontrada até agora.
Segundo o delegado do Deic Fernando Santiago, até quarta-feira (2/7), foram registrados cerca de 180 ataques somente na cidade de São Paulo, com 60% dos casos concentrados na zona sul da capital. Esses números divergem dos dados da SPTrans que apontam 197 ônibus municipais danificados desde 12 de junho.
Santiago esclareceu que essa diferença ocorre porque algumas empresas não formalizaram boletins de ocorrência, o que limita a ação da Polícia Civil aos fatos oficialmente registrados.
As investigações contam com o apoio da Polícia Militar. O coronel Carlos Henrique Lucena, chefe do Centro de Operações da PM do Estado (Copom), anunciou que foi iniciada a Operação Impacto, que envolve 3.641 viaturas e 7.890 policiais com a missão de proteger os coletivos e realizar um mapeamento das ocorrências.
Os ataques também atingiram a Baixada Santista, onde no último domingo (29/6) pelo menos 31 ônibus foram apedrejados em Santos, São Vicente e Cubatão. A empresa Piracicabana registrou boletim na segunda-feira (30/6), com relatos de que os autores são em sua maioria adolescentes que usam pedras e estilingues para depredar os veículos.
O delegado Rubens Barazal, da Delegacia Seccional de Santos, destacou que a grande questão é entender a motivação dos ataques, relacionada a desafios que circulam nas redes sociais. Ele afirmou que as investigações continuam e que só será possível confirmar ou descartar essa hipótese conforme os trabalhos avançarem.

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