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Trump sanciona no Congresso redução de impostos e corte bilionário na saúde

O Congresso dos Estados Unidos (EUA) aprovou recentemente um amplo projeto de lei do governo de Donald Trump que estende e amplia um corte de impostos iniciado em 2017, podendo aumentar a dívida americana em trilhões de dólares nos próximos dez anos. Essa iniciativa busca beneficiar vários setores econômicos do país.
O aumento previsto no déficit público supera o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil para 2024, estimado em US$ 2,17 trilhões. Em contraponto, o pacote promove cortes significativos no sistema de saúde, totalizando mais de US$ 1 trilhão, além de reduzir gastos com pensões e benefícios nas áreas de educação e trabalho. Também revoga políticas ambientais e de transição energética adotadas durante a administração Biden.
Donald Trump apelidou a medida de “Um Grande e Belo Projeto”, que ainda prevê aumento nos investimentos das Forças Armadas e reforço em políticas de imigração com expansão dos gastos em segurança interna.
Os dados foram divulgados pelo Comitê para um Orçamento Federal Responsável, uma organização não partidária que analisa o orçamento americano com base em informações do Escritório de Orçamento do Congresso.
O projeto foi aprovado por margem estreita na Câmara dos Representantes, com o voto decisivo do vice-presidente J.D. Vance, após empate no Senado. Trump buscou a aprovação antes do feriado da independência americana.
Segundo Trump, essa medida impulsionará a economia e a geração de empregos. Por outro lado, críticos argumentam que o corte no Medicaid prejudicará os cidadãos mais vulneráveis, levantando preocupações sobre o impacto na assistência médica para os mais pobres.
Hakeem Jeffries, líder dos democratas na Câmara, fez um longo discurso para tentar atrasar a votação, defendendo que os benefícios do Medicaid são direitos dos trabalhadores que os conquistaram.
Além dos cortes no sistema de saúde, o projeto reduz verbas para programas sociais como vale-alimentação, educação e trabalho para compensar a diminuição da arrecadação causada pela redução de impostos.
James Green, professor e presidente do Washington Brazil Office, alerta que muitos hospitais em áreas rurais, dependentes dessas verbas, podem fechar, afetando principalmente os mais pobres que precisarão se deslocar grandes distâncias para atendimento.
Espera-se que esses cortes elevem a dívida pública dos EUA em mais de US$ 4 trilhões em uma década, superando atualmente 100% do PIB para níveis próximos a 130% até 2034.
O governo aposta que o pacote favorecerá a economia ao liberar alívio fiscal para vários setores importantes, sendo apoiado por grandes corporações dos ramos de comunicação, indústria, transporte, financeiro, petróleo, aço e agricultura.
Jason Oxman, presidente da Indústria de Tecnologia da Informação dos EUA, afirma que o projeto ajudará o país a manter sua liderança tecnológica, estimulando investimentos e inovação.
Por sua vez, James Green observa que os maiores beneficiados serão os empresários e a parcela mais rica da população, enquanto a classe média terá ganhos modestos e os estados terão que arcar com os custos dos programas sociais cortados.
No âmbito ambiental, o projeto revoga subsídios importantes para veículos elétricos e energias renováveis instituídos na gestão Biden, redirecionando recursos para a expansão da exploração de petróleo, o que foi criticado por especialistas ambientais.
Já Mike Sommers, presidente do Instituto Americano de Petróleo, celebrou a aprovação do projeto, destacando que ele abrirá uma nova fase de crescimento no setor energético, com mais oportunidades de investimento e exploração.

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