Presidente do México questiona acordo de culpa de filho de El Chapo nos EUA

Claudia Sheinbaum, presidente do México, manifestou dúvidas nesta quinta-feira (3) sobre o acordo de confissão feito por Ovidio Guzmán, filho de um dos fundadores do cartel de Sinaloa, Joaquín ‘Chapo’ Guzmán, com a justiça dos Estados Unidos, que evita assim um julgamento.

Durante uma coletiva matinal, Sheinbaum destacou que Ovidio Guzmán foi extraditado pelo México e ressaltou que as autoridades americanas deveriam ter informado e coordenado o processo com a Procuradoria-Geral mexicana.

Segundo documentos judiciais, em 30 de junho, Guzmán Jr. assinou um documento confirmando sua intenção de se declarar culpado, o que impedirá um julgamento em Chicago. Uma audiência está marcada para 9 de julho para oficializar o acordo.

Em entrevista à imprensa, a presidente lembrou que o cartel de Sinaloa é classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, mas mesmo assim o acordo foi feito.

Sheinbaum enfatizou que seu governo está firmemente contra o tráfico de drogas e que nenhum criminoso tem proteção do Estado.

Ela lembrou também que a prisão de Ovidio foi efetuada pelas autoridades mexicanas e que durante esta operação soldados mexicanos perderam a vida.

A captura de Ovidio ocorreu em janeiro de 2023 em uma ação que resultou em cerca de 30 mortos, incluindo doze militares, e desencadeou uma onda de violência na região.

Guzmán Jr. foi extraditado em 15 de setembro de 2023 para os EUA, onde responde por acusações de tráfico de drogas. Outros três filhos de El Chapo também enfrentam processos semelhantes no país norte-americano.