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Grécia salva centenas de migrantes no fim de semana

Durante o último final de semana, autoridades da Grécia realizaram o resgate de mais de 500 migrantes em várias ações nas ilhas de Creta e Gavdos, localizadas no sul do país. Essas operações aconteceram em meio a um crescimento significativo no número de chegadas pelo mar, principalmente embarcações que partem do nordeste da Líbia.
Em um vídeo divulgado nas redes sociais, é possível ver dezenas de migrantes pulando de uma embarcação e correndo pela areia da praia de Diskos, ao sul de Creta, sob o olhar de turistas e moradores locais.
A operação de maior escala ocorreu no mesmo dia, quando mais de 430 migrantes foram encontrados à deriva a aproximadamente 25 milhas náuticas ao sul da ilha de Gavdos, a mais ao sul da Grécia.
Conforme informado pela Guarda Costeira, os migrantes tinham saída da Líbia, país frequentemente utilizado como ponto de partida para a Europa.
No mesmo domingo, outros resgates foram realizados. A agência europeia de fronteiras, Frontex, auxiliou 96 pessoas em dois barcos próximos a Creta. Também foram localizados 67 refugiados desembarcando de uma embarcação com bandeira das Ilhas Marshall, encaminhados ao porto de Paleochora, em Chania.
Na região de Heraclião, em Kala Limeni, 73 pessoas foram salvas de um navio cargueiro com bandeira portuguesa. Além disso, 96 migrantes foram encontrados na praia de Loutra e 67 em Lentas.
Desde o começo do ano, aproximadamente 7.300 migrantes chegaram a Creta e Gavdos, um número consideravelmente maior comparado aos menos de 5.000 registrados em 2024. Mais de 2.500 dessas pessoas chegaram apenas a partir de junho.
Devido à infraestrutura limitada em Gavdos, os migrantes estão sendo alojados em prédios municipais, enquanto muitos são transferidos para Creta. Entre os resgatados, encontram-se pessoas do Oriente Médio, Norte da África e Sul da Ásia — incluindo egípcios e bengaleses — vindos de regiões marcadas por conflitos e condições precárias.
O aumento das chegadas intensificou o debate sobre a segurança das fronteiras e as responsabilidades humanitárias na Europa. Sob essa pressão, o chanceler grego, George Gerapetritis, visitou no domingo o comandante do leste da Líbia, Khalifa Haftar, expressando a expectativa de avanços nas relações bilaterais para controlar o fluxo migratório.
Atenas anunciou o envio de duas fragatas navais para monitorar as águas próximas à Líbia e solicitou maior cooperação entre Trípoli, Grécia e União Europeia para evitar que embarcações partam do país com destino à Europa.
George Gerapetritis deve se reunir com o governo líbio reconhecido pela ONU em 15 de julho. O assunto também foi discutido pelo primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis com líderes da União Europeia em Bruxelas no mês anterior. Desde a deposição do ex-líder Muamar Kadhafi em 2011, a Líbia permanece dividida entre administrações rivais, servindo como rota perigosa para milhares de migrantes que buscam refúgio no continente europeu.

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