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Rui Costa sugere diálogo com partidos na crise do governo

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, declarou nesta segunda-feira que o governo precisa abrir um canal de diálogo, ou “fazer DR”, com os partidos aliados diante da crise enfrentada com o Congresso. Próximo ao presidente Lula, Costa destacou a importância de o presidente e os ministros conversarem com as lideranças partidárias para renovar o relacionamento com as legendas que ocupam cargos na Esplanada dos Ministérios.
— É necessário renovar a relação e fazer uma DR com os partidos. O presidente, os ministros e a ministra Gleisi Hoffmann, das Relações Institucionais, precisam dialogar com os partidos e os líderes das bancadas, pois ao compor um governo, não se desfruta apenas dos benefícios, mas é preciso estar alinhado com o governo — afirmou Rui Costa em entrevista ao programa Roda Viva, na TV Cultura.
A crise teve início após o governo editar um decreto que elevou o Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF). O Congresso derrubou a medida, contando com o apoio majoritário de partidos que participam do governo Lula, os quais registraram 242 votos favoráveis para sustar o decreto. Posteriormente, o governo recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir a manutenção do aumento do IOF.
Rui Costa ressaltou que durante a negociação do decreto houve consenso sobre seu mérito entre as lideranças do Congresso. Sem mencionar o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), ele comentou que a decisão de votar pela derrubada do decreto foi feita de forma inesperada, sem comunicado ao governo.
O ministro recordou que, antes disso, ocorreu uma reunião com líderes partidários e ministros, culminando em um acordo.
— Os líderes partidários se reuniram com o ministro e firmaram um acordo. Não houve discordância quanto ao mérito. O encontro terminou com todas as lideranças comemorando o acordo. De repente, a votação aconteceu sem retorno para o governo. Essa questão precisa ser debatida: como serão as bases dessa relação doravante? A discussão é necessária. Pode-se discordar e votar contra, mas o relacionamento deve ser claro e respeitar os acordos feitos — explicou.
Ele defende que, nas conversas com os partidos, sejam estabelecidos procedimentos claros:
- Estar mais alinhados quanto ao mérito das propostas.
- Quando houver um acordo, respeitar um prazo para não votar em determinado tema, permitindo a construção de um consenso que será implementado.
Rui Costa também criticou a quantidade excessiva de emendas parlamentares aprovadas no Brasil e destacou a necessidade de a sociedade refletir sobre o modelo adotado para o país:
— Será que esse é o modelo correto em que quase metade do orçamento disponível é distribuída em forma de emendas parlamentares pulverizadas? Em que lugar do mundo se adota um modelo em que isso acontece, em vez de investir em logística, redução de custos estruturais, ciência, tecnologia, educação e saúde? — questionou.

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