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São Paulo registra recorde diário de ônibus vandalizados, total passa de 300

Na última segunda-feira (7/7), 59 ônibus foram vandalizados na cidade de São Paulo, marcando o dia com maior número de ataques desde o início da série de incidentes, em 12 de junho.
De acordo com a SPTrans e a Secretaria Municipal de Mobilidade e Transporte (SMT), o total de ônibus danificados na capital paulista atingiu 328 após essa data.
As secretarias reforçaram o repúdio aos atos de vandalismo e garantiram que todas as informações necessárias estão sendo fornecidas para apoiar as investigações. Os casos ocorrem de maneira dispersa por toda a capital.
Prisões realizadas
Um homem foi detido na noite do domingo (6/7), acusado de lançar uma pedra contra um ônibus e ferir uma passageira no dia 27 de junho, na Avenida Washington Luís, no bairro Campo Belo, zona sul de São Paulo.
Na sexta-feira (4/7), um adolescente envolvido em um ataque em Cotia, região metropolitana, foi apreendido e conduzido à delegacia. Naquele dia, seis ônibus foram vandalizados na cidade. Cotia acumulou 30 ataques no último mês, conforme o secretário de Segurança Pública local.
No sábado (5/7), dois homens foram presos em flagrante por danificar veículos em Pirituba e Santo Amaro, zonas norte e sul da capital, respectivamente. Na ocorrência de Pirituba, o suspeito foi capturado após arremessar uma pedra contra um ônibus na Avenida Raimundo Pereira de Magalhães, por volta das 6h54.
Uma passageira foi atingida, mas não há atualizações sobre seu estado de saúde. O suspeito foi conduzido ao 87º Distrito Policial (Vila Pereira Barreto), onde o boletim de ocorrência foi registrado.
A SPTrans ressalta a necessidade de que as concessionárias comuniquem imediatamente todos os incidentes à Central de Operações e registrem oficialmente junto às autoridades policiais. A empresa deve encaminhar os veículos para manutenção e substituí-los por outros da frota reserva para garantir a continuidade da prestação do serviço. Caso contrário, será penalizada pela viagem não realizada.
Investigação e contexto
Ronaldo Sayeg, diretor do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) de São Paulo, declarou em coletiva de imprensa na quinta-feira (3/7) que a onda de vandalismo pode estar relacionada a desafios disseminados na internet. Essa é a principal linha de investigação, descartando, por enquanto, a participação de organizações criminosas.
“Descartamos, por ora, ação de facções criminosas, pois não há propósito claro nos ataques, algo típico dessas organizações. Estamos avaliando outras hipóteses, como os desafios virtuais”, explicou Sayeg.
O diretor ressaltou que está sendo realizado monitoramento das plataformas digitais, mas até o momento não há evidências concretas ligando os ataques a essas causas.
O vice-governador de São Paulo, Felício Ramuth (PSD), também mencionou a possibilidade desses desafios em declarações sobre os casos no litoral paulista, confirmando que essa é uma das hipóteses investigadas pela polícia.
Operação policial
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que mantém as forças de segurança ativadas para coibir e investigar os ataques a ônibus na capital e na região metropolitana.
A Polícia Militar realizou a Operação Impacto – Proteção a Coletivos, mobilizando cerca de 7,8 mil policiais e 3,6 mil viaturas em todo o estado, visando garantir a segurança de passageiros e funcionários do transporte público.
Simultaneamente, a Polícia Civil, por meio do Deic, trabalha na identificação dos responsáveis pelos crimes. O órgão realiza o monitoramento das redes digitais, pois há suspeitas de que os ataques possam ser coordenados via internet, com colaboração da Divisão de Crimes Cibernéticos (Dcciber).

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