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PF investiga deputado Júnior Mano em esquema com emendas parlamentares

O deputado federal Júnior Mano (PSB-CE) está sendo investigado pela Polícia Federal (PF) em uma operação recente que apura irregularidades em emendas parlamentares. Dados declarados por ele à Justiça Eleitoral mostram que houve uma diminuição em seu patrimônio ao longo dos últimos quatro anos.
Entre 2018 e 2022, período correspondente às suas candidaturas ao Legislativo Federal, Júnior Mano registrou uma queda nos valores declarados ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em 2018, ele declarou bens avaliados em mais de R$ 2,1 milhões, incluindo imóveis, terrenos, um consórcio e investimentos empresariais. Já em 2022, a soma dos seus bens declarou R$ 371 mil, compreendendo participações societárias e um veículo.
A operação da PF envolveu mandados de busca e apreensão em várias cidades do Ceará, além da capital federal, Brasília. O Supremo Tribunal Federal (STF) também determinou o bloqueio de R$ 54,6 milhões em contas vinculadas aos investigados, que incluem pessoas físicas e jurídicas, em um caso que está sob a supervisão do ministro Gilmar Mendes, com apoio da Controladoria-Geral da União (CGU).
A assessoria de Júnior Mano nega quaisquer irregularidades e destaca que o parlamentar atua com transparência e sem envolvimento direto com administrações municipais. O deputado reafirmou seu compromisso com a legalidade e o exercício ético de suas funções públicas.
Contexto da investigação
Segundo relatório apresentado pelos investigadores, Júnior Mano teria um papel significativo em um esquema organizado para manipular eleições por meio da compra de votos e do desvio de recursos públicos. A origem da apuração foi uma denúncia feita por uma ex-prefeita da cidade de Canindé (CE), que declarou em depoimento ter havido um esquema para comprar votos durante a campanha eleitoral.
O grupo investigado teria sido coordenado por Carlos Alberto Queiroz, conhecido como Bebeto do Choró, político que buscava a reeleição em Choró (CE). De acordo com o relato, os recursos para financiar as campanhas envolvidas eram provenientes de licitações e emendas parlamentares, sendo parte do esquema vinculada a Júnior Mano. Além disso, o grupo comercializava contratos públicos por meio de empresas fictícias e pessoas interpostas.
Em setembro de 2024, policiais apreenderam cerca de R$ 600 mil com um policial militar suspeito de integrar o grupo. As informações da ex-prefeita fundamentam o inquérito em andamento na Justiça Eleitoral do Ceará e sustentaram duas operações da PF realizadas nos meses seguintes.
A primeira operação revelou que foi montado um sistema complexo e organizado, liderado por Bebeto, com o objetivo de influenciar ilegalmente processos eleitorais em diversas localidades, especialmente em Canindé e Choró, comprometendo assim a integridade das eleições nessas regiões.

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