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Congresso apoia resposta dos EUA com lei da reciprocidade

Após os Estados Unidos anunciarem uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, deputados e senadores aliados ao governo defenderam a possibilidade de o Brasil aplicar a chamada “lei da reciprocidade”, mas alertam para a necessidade de aguardar a confirmação da efetivação da taxação.
A lei prevê que o governo pode responder com sanções comerciais contra países que não mantêm uma relação econômica equilibrada e foi aprovada pelo Congresso em abril deste ano.
A decisão de aplicar a lei cabe ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que discutirá a estratégia de reação ao governo de Donald Trump em reunião ministerial na noite desta terça-feira.
Isnaldo Bulhões (AL), líder do MDB, afirmou que a medida dos EUA não é surpreendente, lembrando que Trump já recuou em outras ocasiões após anunciar tarifas como retaliação política.
“É um desrespeito, uma loucura. Um país que não impõe tarifas sobre nossos produtos e que recebe uma decisão dessas, que tipo de relação diplomática é essa? Vindo de Trump, não é surpresa. Ele recua rápido também”, declarou.
Tereza Cristina, líder do PP e membro da Frente Parlamentar do Agronegócio, ressaltou que as respostas devem ser cuidadosas.
“Nossas instituições precisam agir com serenidade e equilíbrio. A diplomacia brasileira deve proteger os interesses maiores do país. Brasil e Estados Unidos têm uma longa parceria, e seus povos não devem sofrer prejuízos. Ambos possuem instrumentos legais para iniciar negociações dentro dos próximos 22 dias”, afirmou.
Lindbergh Farias (RJ), líder do PT na Câmara, adotou um tom semelhante e atribuiu as tarifas à aliança de Trump com a oposição brasileira.
“Essa é uma agressão inédita à nossa soberania e pode impactar fortemente a economia. É momento de união dos brasileiros, independentemente de partidos, para proteger empregos. Não posso deixar de mencionar o papel da extrema direita bolsonarista que apoia Trump”, destacou.
Já os parlamentares da oposição atribuem a tarifa americana a falhas diplomáticas do governo Lula.
Carlos Portinho (RJ), líder do PL no Senado, afirmou: “O governo colhe os frutos de sua péssima política externa, que tem gerado atritos desnecessários com parceiros comerciais importantes. Esta é a consequência das tensões políticas. Agora é hora do governo corrigir o curso. A medida dos EUA é radical, mas esperada.”
Em comunicado, a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) destacou que a tarifa impacta diretamente o setor agropecuário.
“A nova alíquota tem efeitos diretos sobre o agronegócio, influenciando o câmbio, elevando os custos dos insumos importados e diminuindo a competitividade das exportações brasileiras. Diante disso, a FPA defende uma resposta firme e estratégica: é hora de cautela, diplomacia perspicaz e atuação ativa do Brasil nas negociações. A FPA reforça a importância de fortalecer o diálogo bilateral, evitando o isolamento do país nas discussões. A diplomacia é o caminho mais eficaz para a retomada das negociações”, afirmou a Frente.

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