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Lula anuncia indicações para tribunais após encontro com Lira e Renan Filho

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou na quinta-feira a indicação da procuradora Marluce Caldas para o cargo de ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A nomeação ainda passará pela sabatina no Senado. Esta decisão simboliza uma jogada política do Palácio do Planalto em direção ao grupo do prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PL), conhecido como JHC. Marluce é tia do prefeito e cunhada da senadora Eudócia Caldas (PP-AL), que esteve envolvida na articulação da indicação.
Além de Marluce, também foram confirmados os nomes de Floriano de Azevedo Marques e Estela Aranha para vagas de ministros no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A decisão foi tomada após uma reunião no Palácio da Alvorada com a presença do presidente Lula, da procuradora Marluce, de JHC, da senadora Eudócia, do ministro dos Transportes Renan Filho (MDB-AL) e do ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL); em Alagoas, Renan Filho e Lira pertencem a grupos politicamente rivais.
Marluce é advogada de carreira e procuradora de Justiça do Ministério Público de Alagoas. Seu nome estava entre os candidatos da lista tríplice, mas sua escolha também teve forte apelo político.
Além de beneficiar o grupo Calheiros, a nomeação cria oportunidades para que Lira possa pleitear uma vaga no Senado Federal. Esta posição surge em um momento oportuno, já que Lira é relator da proposta de isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil, uma das bandeiras do governo.
A indicação de Marluce será inicialmente analisada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, onde ocorrerá sua sabatina, seguida pela votação no plenário da Casa. Aliados do governo já começaram esforços para assegurar uma maioria favorável. O presidente da CCJ, Davi Alcolumbre (União-AP), foi informado antes do anúncio oficial.
Com essa decisão, Lula busca fortalecer sua influência política em Alagoas, onde enfrenta certos obstáculos com a gestão de JHC na capital e também tem que gerenciar a relação reinante entre o clã Calheiros e os membros do PP local. Para o Planalto, a escolha de Marluce é uma estratégia de médio prazo, mirando as eleições de 2026 com o objetivo de ampliar o suporte governista no Congresso e nas regiões.

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