Clínica pode ir a júri por caso de peeling com fenol

Natalia Fabiana de Freitas Antonio, conhecida como Natalia Becker, influencer e esteticista, enfrentará uma audiência nesta sexta-feira (11/7) que decidirá se será julgada por homicídio pelo falecimento do empresário Henrique da Silva Chagas, de 27 anos.

Henrique faleceu em 3 de junho devido a uma parada cardiorrespiratória causada pela inalação de fenol durante um procedimento de peeling realizado na clínica da esteticista. O fenol, substância corrosiva, é utilizado em tratamentos de rejuvenescimento e exige manipulação médica em ambiente hospitalar, segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia.

Natalia não é médica, o que fundamenta a acusação de homicídio simples, além da falta de equipamentos de emergência em sua clínica. A audiência, marcada para as 13h no Fórum Criminal da Barra Funda, em São Paulo, é a fase de produção de provas, onde testemunhas, incluindo familiares da vítima e da ré, profissionais de saúde, e representantes envolvidos, prestarão depoimentos.

Durante o interrogatório, Natalia responderá às perguntas da acusação e poderá apresentar sua defesa. Após os debates finais entre Ministério Público e defesa, o juiz decidirá se há evidências suficientes para levar o caso ao Tribunal do Júri, responsável por julgar a culpa em homicídios.

O processo teve início após Natalia realizar um curso online de aplicação de peeling de fenol. Após o procedimento, Henrique apresentou graves sintomas e morreu algumas horas depois. A ré afirmou não possuir formação médica, preparo ou equipamentos de primeiros socorros, embora tenha mencionado uma vistoria da Vigilância Sanitária sem apontar irregularidades.

Exames necroscópicos confirmaram a presença de fenol no organismo do empresário, e a investigação policial destacou a negligência da esteticista quanto aos riscos e à falta de preparação para emergências. Natalia foi indiciada por homicídio doloso e responde ao processo em liberdade, sujeita a medidas cautelares, como restrições de deslocamento e atividades profissionais.

Um laudo recente reforçou que o procedimento com fenol deveria ser realizado apenas por médicos em ambiente adequado, confirmando os riscos que levaram ao óbito de Henrique.