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Alarme desligado impede ministro de perceber irregularidades no INSS

O ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz (PDT), defendeu o seu predecessor, Carlos Lupi (PDT), que renunciou após a Operação Sem Desconto, conduzida pela Polícia Federal (PF), que investigou entidades envolvidas em descontos indevidos nas aposentadorias.
Queiroz afirmou que “os alarmes foram desligados” no INSS, motivo pelo qual as evidências de irregularidades não chegaram ao Ministério da Previdência, explicando o aumento dos casos nos dois primeiros anos do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Os alarmes ficaram desligados em 2023 e 2024. Isso significa que os pontos de atenção que deveriam alertar o ministério foram intencionalmente desativados”, declarou o ministro nesta sexta-feira (11/7).
A entrevista ocorreu durante o 20º Congresso da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), com a participação dos jornalistas Luiz Vassallo (Metrópoles), que revelou o esquema dos descontos associativos no INSS em 2023, Breno Pires (revista Piauí), e a jornalista Basília Rodrigues, que mediou o evento. A conversa durou aproximadamente uma hora e meia.
“Alarmes que deveriam ter alcançado o ministro Carlos Lupi não atingiram”, completou Queiroz. “Isso demonstra uma convivência. Acredito que houve crime, mas não cabe a mim apontá-los”, acrescentou.
O escândalo no INSS
A denúncia envolvendo o INSS foi publicada inicialmente pelo Metrópoles em dezembro de 2023, mostrando que a arrecadação das entidades com descontos nas mensalidades de aposentados teve um aumento significativo, chegando a R$ 2 bilhões em um ano, mesmo com milhares de processos por fraude nas filiações.
Essas reportagens levaram à abertura de investigação pela Polícia Federal e sustentaram as apurações da Controladoria-Geral da União (CGU).
Ao todo, 38 reportagens foram incluídas pela PF na representação que originou a Operação Sem Desconto, deflagrada em 23 de abril, que resultou nas demissões do presidente do INSS e do ex-ministro Carlos Lupi.
Reunião do Conselho Nacional de Previdência Social
Sobre o encontro do Conselho Nacional de Previdência Social em 2023, quando Lupi foi informado da suspeita de irregularidades no crescimento acelerado de associados em algumas entidades, o atual ministro explicou que o ex-ministro postergou o assunto para a reunião seguinte, pois ele não estava incluso na pauta original.
“O então presidente do conselho, Carlos Lupi, afirmou que o tópico era relevante, mas não podia fazer parte da reunião do dia, ficando para o próximo encontro. No entanto, na reunião seguinte, ninguém trouxe o tema à pauta, que acabou não sendo discutido”, relatou.
Transição de governo
Wolney Queiroz foi o segundo em comando de Carlos Lupi no Ministério da Previdência Social e integrou a equipe de transição entre os governos de Jair Bolsonaro (PL) e Lula. Ele foi indicado por Lupi à atual ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), que consultou líderes partidários da base governista para compor os times da transição.

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