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Americanas paga R$30 mil por revistar menino de 12 anos

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O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP) determinou que a empresa Lojas Americanas indenize em R$ 30 mil um menino de 12 anos que foi revistado por um funcionário da loja em Campinas, interior de São Paulo. Conforme o juiz Thiago Nogueira de Souza, “houve uma clara discriminação na abordagem, caracterizada como racista”, que “não teria ocorrido se a criança fosse de uma área rica e nobre”.

O incidente ocorreu em outubro de 2020, quando o garoto estava com seus pais no Shopping Spazio Ouro Verde, em Campinas. O pai pediu que o menino fosse sozinho comprar um desodorante na loja, onde ele foi acusado de furto.

Enquanto o menino procurava o produto, o funcionário da Americanas percebeu que sua bermuda estava desabotoada, abaixou-se e o acusou de ter furtado algo. “Devolve, devolve o que você pegou, eu vi que você pegou”, disse o trabalhador. O menino negou, tentou explicar, mas foi revistado na frente de todos.

Mesmo sem encontrar qualquer objeto com o garoto, o funcionário disse que era comum menores furtarem na loja e pediu novamente que devolvesse o que tinha supostamente pego. A defesa relata que o menino ficou constrangido por ser julgado por sua roupa simples e o fato de estar de chinelo.

Humilhado, o menino saiu da loja acompanhado pelo segurança, foi para casa e contou tudo ao pai, que buscou a Justiça para relatar o acontecimento.

Decisão judicial

No curso do processo, o TJSP solicitou imagens do ocorrido à loja, que não enviou nenhum material. Assim, as alegações do menino foram consideradas verdadeiras pelo juiz.

Thiago Nogueira de Souza afirmou que “a abordagem se deu por se tratar de uma criança de origem humilde e de vestimenta simples, com a cor da pele que atrai um olhar discriminatório que busca justificativas para abordagens e acusações.”

Por esse motivo, a Justiça condenou a empresa a indenizar o garoto por danos morais, considerando a gravidade do racismo e a idade da vítima.

Posição da empresa

A Lojas Americanas foi procurada para comentar o caso, mas não se manifestou. A empresa ainda pode recorrer da decisão.

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