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Mais de 365 ataques a ônibus em SP permanecem sem solução após um mês

Passado um mês desde o início da série de ataques a ônibus, as autoridades ainda não esclareceram o motivo dessa onda de vandalismo que gera medo entre os trabalhadores e usuários do transporte público na capital de São Paulo. Conforme dados da SPTrans, foram registrados 365 casos, representando uma média de cerca de 12 ocorrências diárias.
A Polícia Civil está investigando a possibilidade de que os ataques sejam motivados por um desafio na internet, mas também avalia outras hipóteses, como conflitos entre empresas de ônibus e grupos sindicais. Apesar de concentrarem-se principalmente nas regiões sul e oeste, os ataques ocorreram em diversas áreas da cidade.
Um relatório do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) abrangeu 191 boletins emitidos pelas empresas de ônibus entre 21 de maio e 5 de julho, antecipando o período analisado pela SPTrans. As vias mais atacadas foram: Avenida Engenheiro Armando de Arruda Pereira, Avenida Interlagos, Avenida Vereador João de Luca e Avenida Cupecê, na zona sul; Avenida Brigadeiro Faria Lima, Avenida Corifeu de Azevedo Marques e Rodovia Raposo Tavares, na zona oeste; além da Avenida Sapopemba e Avenida Senador Teotônio Vilela, na zona leste.
Quase 70% dos incidentes ocorreram entre quintas e sábados, com destaque para a quinta-feira, quando 65 ataques foram registrados. Entre as empresas mais afetadas estão Vidazul Transportes, Sambaíba, Viação Campo Belo, Via Sudeste, Viação Gatusa, Viação Grajaú, Transpass e Mobibrasil, esta última com quase um terço dos ataques.
Até mesmo veículos do serviço Atende+, destinado a pessoas com autismo, surdocegueira ou deficiências físicas severas, foram alvo da violência, com dois casos na zona norte. Em meio à série de atos de vandalismo, pelo menos duas mulheres ficaram feridas devido a estilhaços ou objetos arremessados.
A Secretaria Municipal de Mobilidade e Transporte (SMT) e a SPTrans condenam esses atos e colaboram com as investigações. Desde 12 de junho, as empresas relataram 365 veículos depredados, sendo 19 apenas em uma sexta-feira, com ataques distribuídos por toda a cidade.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), quatro pessoas já foram detidas na capital. Em um dos casos mais recentes, um motorista conteve um homem que atirava pedras contra ônibus na zona leste, em Guaianases.
No domingo, 6 de julho, outra pessoa foi presa por lançar uma pedra contra um ônibus na Avenida Washington Luiz, um ataque ocorrido em 27 de junho que feriu uma passageira. Everton de Paiva Balbino, de 32 anos, teve prisão temporária determinada e afirmou que uma briga no trânsito motivou sua ação.
Além disso, no sábado, 5 de julho, dois homens foram presos após depredações em Pirituba e Santo Amaro, na zona norte e sul, respectivamente.
As forças de segurança continuam empenhadas na prevenção e investigação dos ataques na capital e região metropolitana. A Polícia Militar lançou a Operação Impacto – Proteção a Coletivos, com a mobilização de aproximadamente 7,8 mil policiais e 3,6 mil viaturas em todo o estado, com o objetivo de garantir a segurança de passageiros e trabalhadores do transporte público.
O Deic já contabilizou cerca de 200 ocorrências e monitora plataformas digitais diante da suspeita do planejamento dos ataques pela internet. A investigação recebe apoio da Divisão de Crimes Cibernéticos (DCCIBER).

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