Cebri alerta sobre impacto das tarifas de Trump e pede diálogo

Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) emitiu uma nota expressando preocupação com a decisão do governo dos Estados Unidos de impor uma tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras, anunciada recentemente pelo presidente Donald Trump.

Esse think tank, dedicado ao estudo das relações internacionais e composto por especialistas brasileiros renomados, vê essa medida como um retrocesso nas relações bilaterais que se construíram ao longo de mais de duzentos anos.

O comunicado destaca o tom agressivo e desmedido na carta enviada pelo presidente americano ao Brasil, afirmando que as acusações feitas com base na balança comercial envolvem dados incorretos.

Além disso, o texto critica a tentativa de vincular decisões comerciais a questões internas brasileiras, considerando essa atitude uma interferência indevida em assuntos soberanos, especialmente ao sugerir uma parcialidade do Poder Judiciário do país.

O Cebri lembra que tanto a constituição brasileira quanto a americana garantem a independência dos três poderes, e que o Executivo não deve interferir nas atribuições do Judiciário: “Assim como os Estados Unidos prezam pela separação de poderes e autonomia das instituições, o Brasil também requer o respeito a esses princípios”, afirma a nota.

No anúncio de Donald Trump, ele alegou um déficit comercial desfavorável aos EUA, porém dados oficiais mostram um superávit norte-americano de 410 bilhões de dólares nos últimos 15 anos no comércio bilateral. O Cebri enfatiza que o Brasil não mantém uma relação comercial injusta conforme citado pelo presidente americano.

Por fim, o Cebri defende que, apesar da seriedade da situação, o Brasil deve manter-se aberto ao diálogo. A resolução de conflitos deve acontecer por meio de canais diplomáticos apropriados, com respeito mútuo e utilizando dados confiáveis, sempre preservando o multilateralismo e o direito internacional.