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Rota colonial do Panamá é reconhecida pela Unesco

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A rota colonial do Panamá, por onde por muitos séculos transitaram riquezas da América transportadas em mulas e embarcações e que foi precursor do canal interoceânico, foi oficialmente reconhecida como Patrimônio Mundial pela Unesco neste sábado (12).

Entre os séculos XVI e XIX, o Império Espanhol levou através do istmo produtos vindos da Ásia e da América para a Europa. Para isso, utilizava uma complexa rede de caminhos e rios para mover as mercadorias da costa do Pacífico até a do Atlântico.

Segundo a ministra panamenha da Cultura, Maruja Herrera, essa rota representa mais do que um conjunto de caminhos antigos, sendo uma testemunha viva do papel estratégico do Istmo nos sistemas globais de comércio ao longo da história.

Provenientes do que hoje são o Peru e a Bolívia, ouro e prata chegavam ao Panamá, enquanto das Filipinas vinham especiarias, porcelanas e tecidos. Para salvaguardar essas mercadorias, os espanhóis construíram diversas fortificações.

O historiador e professor panamenho Celestino Araúz destaca que essa rota teve um papel vital no comércio internacional da época.

A coroa espanhola conseguia abastecer suas colônias com produtos europeus ao mesmo tempo em que obtinha bens americanos para as indústrias da Espanha e da Europa.

A Rota Transístmica Colonial inclui, na costa do Pacífico, as ruínas da primeira capital e o Casco Antigo da atual Cidade do Panamá, além das fortificações no Caribe da cidade portuária de Portobelo, antiga alfândega, e o forte de San Lorenzo.

As mercadorias eram transportadas entre as duas costas por mulas, utilizando o Caminho de Cruces e o Caminho Real.

A Unesco ressalta que dessa rota passava 60% da produção de prata da América do Sul rumo à Espanha.

Essa via possibilitava o transporte de mercadorias e pessoas entre os dois oceanos na parte mais estreita da América, formando uma rede militar e comercial que conectava 23 países atuais.

Essa rota também foi palco da passagem do corsário inglês Francis Drake, que faleceu em Portobelo, e do pirata galês Henry Morgan, que incendiou a primeira capital.

Em 1532, o rei espanhol Carlos I determinou a exploração do istmo para construir um canal que ligasse os dois oceanos.

A rota transístmica é vista como a precursora do canal interoceânico inaugurado em 1914 e continua sendo uma via crucial para o comércio global.

Celestino Araúz observa que essa rede colonial não só transportava mercadorias europeias, mas também esteve envolvida no tráfico de escravos africanos e no comércio de produtos do Oriente, considerando que a Espanha possuía colônias nas Filipinas e obtinha produtos chineses por essa rota.

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