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PGR chama versão de Braga Netto de fantasiosa e confirma entrega de dinheiro a Cid

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Paulo Gonet, procurador-geral da República, reforçou a acusação contra o ex-ministro Walter Braga Netto por supostamente ter entregue dinheiro ao tenente-coronel Mauro Cid.

Os valores teriam como finalidade o monitoramento de autoridades. Braga Netto nega a acusação e participou de uma acareação com Cid, porém Gonet considerou a explicação do ex-ministro como inconsistente e fantasiosa.

Essa análise está presente na manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR), que requer a condenação de Braga Netto, Cid, o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais cinco réus no processo sobre trama golpista. São solicitadas punições por cinco crimes, entre eles tentativa de golpe de Estado e tentativa de abolir o Estado Democrático de Direito pela força.

De acordo com o acordo de delação premiada de Cid, Braga Netto teria entregado dinheiro em uma sacola de vinho.

A entrega teria ocorrido depois de uma reunião na residência de Braga Netto, com a participação de outros dois militares investigados, onde foi elaborado um plano contra autoridades, como o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Braga Netto afirma que a reunião foi apenas uma visita de cortesia para uma foto com os militares e nega ter repassado qualquer quantia a Cid. Na acareação realizada no mês passado, ambos mantiveram suas versões.

No entanto, Gonet destaca que a versão de Braga Netto é prejudicada quando confrontada com outras provas do processo.

A PGR ressalta que a visita de dois militares desconhecidos, levados por um tenente-coronel à casa de um general de quatro estrelas, sem aviso prévio ou motivo plausível, fere as normas militares de formalidade e respeito hierárquico.

O procurador-geral entende que a explicação fica ainda mais improvável porque os militares supostamente visitantes eram das Forças Especiais, sem residência em Brasília, e não faria sentido uma longa viagem para uma simples visita social. Assim, conclui-se que o encontro foi intencionalmente ocultado e é incompatível com normas militares comuns.

Sobre o dinheiro, Gonet observa que Braga Netto adotou uma postura evasiva.

O ex-ministro reconhece ter sido procurado por Cid, mas afirma apenas que sugeriu que ele buscasse recursos junto ao PL, partido de Bolsonaro.

A PGR também destaca que as ações planejadas no esquema, como compra de passagens, hospedagens e celulares, foram executadas e não há outras fontes possíveis para o financiamento, o que reforça a suspeita de que os valores vieram de Braga Netto.

Gonet conclui que isso não apenas desmente a versão do ex-ministro, como também prova a declaração de Mauro Cid, confirmando que o dinheiro usado na operação secreta foi obtido por Braga Netto.

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