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Trump questiona Zelenski sobre possibilidade de ataque a Moscou

Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, perguntou ao líder ucraniano Volodmir Zelenski se a Ucrânia tinha capacidade para atacar Moscou e São Petersburgo, na Rússia. De acordo com o jornal Financial Times, Zelenski respondeu que só seria possível se os EUA fornecessem armas.
A conversa aconteceu durante uma ligação em 4 de julho, quando discutiram envios de armamentos americanos para Kiev, em contexto de mudanças na postura do conflito. Após voltar à Casa Branca, Trump prometeu encerrar a guerra na Ucrânia em 24 horas e chegou a mostrar apoio às reivindicações russas, mas agora demonstra forte descontentamento com Vladimir Putin.
Trump afirmou estar frustrado com Putin diante das tentativas fracassadas de acordo de paz, sentimento que repetiu em entrevista à BBC em 15 de agosto. Em 14 de agosto, deu ultimato ao líder russo, ameaçando novas sanções caso Moscou não aceite cessar-fogo em até 50 dias.
Fontes citadas indicam que a estratégia americana busca aumentar a pressão sobre a Rússia por meio de ataques mais profundos.
Questionado sobre a possibilidade de Zelenski atacar Moscou, Trump respondeu que isso não deveria acontecer. A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, minimizou a reportagem do Financial Times, acusando o jornal de tomar declarações fora de contexto.
Trump promete fornecer mais sistemas de defesa Patriot, mísseis e munições à Ucrânia por meio de aliados da Otan, evitando a necessidade de aprovação do Congresso. Fontes internas afirmam que o presidente também considera enviar mísseis ATACMS de longo alcance e permitir o uso dos 18 mísseis já no território ucraniano. Com alcance de 300 km, eles não alcançam as capitais russas, mas atingem bases militares.
O envio de mísseis de cruzeiro Tomahawk — discutido durante as conversas presidenciais — poderia alcançar Moscou. Esses mísseis têm alcance de 1.600 km e alta precisão. Porém, Trump declarou que não busca fornecer armamentos de longo alcance.
Desde que o governo de Joe Biden autorizou envios de mísseis de longo alcance, Moscou ameaça países da Otan caso a Ucrânia ataque território russo. Kiev já realizou ataques a cidades fronteiriças e chegou a testar drones na direção de Moscou, sem consequências diretas.
Ultimato de Trump por trégua
Durante encontro com o secretário-geral da Otan, Mark Rutte, Trump advertiu que, se Moscou não aceitar negociações para cessar-fogo em 50 dias, enfrentará severas sanções econômicas. Ele promete elevar tarifas em cerca de 100% sobre valores atuais.
As tarifas diretas terão impacto limitado, pois a Rússia vende pouco para os EUA (menos de US$ 5 bilhões em 2024) e já é amplamente sancionada. Entretanto, tarifas secundárias sobre o setor energético e seus clientes, incluindo Índia, China e Brasil, seriam mais severas.
O Kremlin respondeu que as decisões de Washington, Otan e Bruxelas são vistas como incentivo à continuidade da guerra, e não à paz. A Rússia está disposta a continuar negociações em Istambul, mas aguarda Kiev propor uma data para nova rodada.
O tom de Trump revela uma mudança na postura do presidente americano. Ele lamenta que Putin continue ataques mesmo após ‘conversas muito agradáveis’ e expressa frustração com o fracasso de tentativas anteriores de acordo, dizendo que ‘conversa não é ação’ e espera resultados efetivos.

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