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Bolsonaro não pretende deixar o Brasil para evitar prisão
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que não pretende sair do Brasil para escapar de uma possível condenação pelo Supremo Tribunal Federal (STF), alegando sua idade avançada e os problemas de saúde que enfrenta.
“Tenho 70 anos e diversos problemas de saúde. Como eu iria para outro país?”, questionou Bolsonaro ao ser indagado sobre a possibilidade de deixar o país. Em abril, ele passou pela sétima cirurgia resultante da facada recebida durante a campanha eleitoral de 2018.
Na entrevista ao Poder360 na terça-feira (15), quando questionado sobre uma possível prisão, Bolsonaro declarou que “tudo pode acontecer”.
Ele ressaltou que, estando solto ou preso, representa “um problema”. Segundo ele, não desejam apenas prendê-lo, mas sim eliminá-lo. Como réu por tentativa de golpe de Estado no Supremo, já havia afirmado no dia anterior (14) que o “sistema” quer destruí-lo completamente.
No mesmo dia, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, pediu a condenação do ex-presidente e de sete aliados considerados parte do “núcleo central” do plano golpista. De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), Bolsonaro liderou essas articulações e a ruptura democrática foi evitada graças à lealdade do Exército e da Força Aérea Brasileira.
Bolsonaro comparou a acusação da PGR a uma alegação absurda de matar um “marciano”, repetindo que estava nos Estados Unidos em 8 de janeiro e que não tentou realizar um golpe de Estado.
“Não havia armas. Se analisar as polícias legislativas da Câmara e do Senado, nenhuma arma foi confiscada. É uma acusação difícil de refutar. É como tentar provar que matou um marciano, sendo que nem o corpo estava presente”, afirmou.
O ex-presidente também criticou a Polícia Federal (PF), afirmando que se a corporação tivesse dedicado apenas 10% do esforço usado para investigar supostos crimes seus no inquérito sobre a facada que sofreu, poderiam ter descoberto quem mandou atacá-lo. A PF concluiu que Adélio Bispo, autor da facada, agiu sozinho.

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