Bolsonaristas veem Eduardo isolado e acreditam em Tarcísio recolhido

O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) tem sido alvo de críticas enquanto o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), planeja se afastar nos próximos dias das negociações relativas ao tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que estabeleceu tarifas de 50% sobre produtos brasileiros exportados para os EUA. Empresas paulistas serão as mais afetadas.

Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) interpretam que Eduardo agiu por impulso, o que levou membros da família Bolsonaro a tentarem atenuar seu discurso radical. Tarcísio, por sua vez, já cumpriu seu papel inicial nas negociações, e novas manifestações públicas poderiam prejudicar sua imagem, que já enfrenta críticas diversas.

Um aliado do governador comentou que Eduardo estava inicialmente buscando ajudar as empresas, mas agora demonstra mais tranquilidade.

Após críticas endossadas por Donald Trump contra o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Tarcísio buscou dialogar com a embaixada americana e empresários para expor os impactos das tarifas e oferecer apoio nas negociações.

Desde o anúncio das tarifas, o discurso de Tarcísio foi ajustado, embora ele tenha feito críticas políticas nos primeiros dias que foram mal recebidas pelo mercado. Posteriormente, o governador focou em contato direto com os Estados Unidos e líderes empresariais para buscar soluções e tentar negociar a redução da tarifa que entrará em vigor em 1º de agosto.

Especialistas alertam para a falta de experiência política de Tarcísio de Freitas, apontando que, embora tenha cometido deslizes na condução do tema, sua recente reunião com empresários foi um passo positivo e sinal de atuação mais estratégica.

Participantes da reunião no Palácio dos Bandeirantes saíram confiantes de que Tarcísio atuará mais discretamente nos bastidores, ajudando pontualmente nas negociações.

Enquanto isso, aliados de Eduardo Bolsonaro criticaram sua postura diante da ameaça de sanções econômicas, com o parlamentar usando as redes para repreender Tarcísio. Pessoas próximas a Eduardo consideram que ele agiu movido pela emoção e que a disputa pública deve cessar.

As avaliações apontam que Eduardo está na linha de frente das críticas, enquanto Tarcísio adota uma posição mais estratégica, o que deve evitar novos confrontos nas redes.

Além disso, a pressão que Eduardo sente é aumentada pela estratégia comunicacional do governo federal, que melhorou a imagem do presidente Lula.

Alguns aliados interpretam a busca de conflito por parte de Eduardo Bolsonaro como uma demonstração de ciúme, já que Tarcísio, por ter maior respaldo no Centrão, surge como um candidato mais viável para a Presidência, enquanto a candidatura de Eduardo enfrenta resistência dentro da centro-direita.

Os irmãos mais velhos de Eduardo Bolsonaro, os políticos Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Carlos Bolsonaro (vereador do Rio de Janeiro), já manifestaram publicamente apoio a Tarcísio de Freitas.

Na terça-feira, Jair Bolsonaro telefonou para Eduardo e Tarcísio para encerrar o conflito e apaziguar a situação, buscando colocar um fim nas desavenças.