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Poucas testemunhas de defesa comparecem em casos do golpe no STF
Compareceram apenas cinco das 29 testemunhas de defesa agendadas para depor na quarta-feira (16) em processos sobre a conspiração golpista no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O Supremo Tribunal Federal (STF) começou na segunda-feira (14) a ouvir testemunhas nas ações que investigam os núcleos 2 e 4 da trama golpista.
Dentre as testemunhas convocadas pela defesa estavam políticos e militares, como o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o vereador Carlos Bolsonaro, ambos filhos do ex-presidente, além dos senadores Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e Eduardo Girão (Novo-CE), e o ex-ministro Onyx Lorenzoni.
Por diversos motivos, a maioria não compareceu. Alguns tiveram a ausência justificada e aceita pelo ministro relator Alexandre de Moraes. Outros foram dispensados devido à falta de relevância ou envolvimento direto com os fatos apurados, e houve casos em que a própria defesa solicitou dispensa.
Uma ausência notável foi a do delegado Fábio Shor da Polícia Federal (PF), que liderou as investigações sobre o golpe e indiciou 34 pessoas, incluindo Bolsonaro.
No início, Moraes autorizou a intimação de Shor para depoimento em data posterior a pedido da defesa de Filipe Martins, ex-assessor internacional de Bolsonaro e réu no núcleo 2. Porém, ao final da sessão, o ministro destacou que a responsabilidade de garantir a presença das testemunhas em juízo cabe aos advogados, sugerindo que não deve ser ele a intimar o delegado.
Na audiência do núcleo 2, apenas duas das 21 testemunhas previstas prestaram depoimento: o senador Ciro Nogueira, ex-ministro da Casa Civil, e o general Gonçalves Dias, então ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) durante os ataques ao Palácio do Planalto em 8 de janeiro de 2023, quando o prédio foi danificado por apoiadores de Bolsonaro.
Ambos alegaram desconhecer os réus e negaram ter ouvido qualquer plano golpista.
Simultaneamente, em audiência coordenada pela juíza auxiliar Luciana Sorretino, apenas três das oito testemunhas do núcleo 3 compareceram para depor, entre elas o secretário de Tecnologia da Informação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Julio Valente.
Questionado, Valente reafirmou a confiabilidade do processo eleitoral e das urnas eletrônicas, afastando dúvidas e desmentindo informações falsas.
Na quarta-feira, foram encerrados os depoimentos das testemunhas do núcleo 4. As audiências dos núcleos 2 e 3 continuam até 23 de julho, e em seguida os réus de cada núcleo serão ouvidos, datas ainda indefinidas.
Réus por núcleo
Núcleo 2
- Filipe Martins (ex-assessor internacional de Jair Bolsonaro)
- Marcelo Câmara (ex-assessor de Bolsonaro)
- Silvinei Vasques (ex-diretor da PRF)
- Mário Fernandes (general do Exército)
- Marília de Alencar (ex-subsecretária de Segurança do Distrito Federal)
- Fernando de Sousa Oliveira (ex-secretário adjunto de Segurança do Distrito Federal)
Núcleo 3
- Bernardo Romão Correa Netto (coronel do Exército)
- Cleverson Ney Magalhães (tenente-coronel)
- Estevam Theophilo (general)
- Fabrício Moreira de Bastos (coronel)
- Hélio Ferreira (tenente-coronel)
- Márcio Nunes de Resende Júnior (coronel)
- Nilton Diniz Rodrigues (general)
- Rafael Martins de Oliveira (tenente-coronel)
- Rodrigo Bezerra de Azevedo (tenente-coronel)
- Ronald Ferreira de Araújo Júnior (tenente-coronel)
- Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros (tenente-coronel)
- Wladimir Matos Soares (policial federal)
Núcleo 4
- Ailton Gonçalves Moraes Barros (major da reserva do Exército)
- Ângelo Martins Denicoli (major da reserva)
- Giancarlo Gomes Rodrigues (subtenente)
- Guilherme Marques de Almeida (tenente-coronel)
- Reginaldo Vieira de Abreu (coronel)
- Marcelo Araújo Bormevet (policial federal)
- Carlos Cesar Moretzsohn Rocha (presidente do Instituto Voto Legal)

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