Kassab apoia Tarcísio após divergência com Eduardo Bolsonaro

O presidente nacional do PSD e secretário de Governo e Relações Institucionais do Estado de São Paulo, Gilberto Kassab, defendeu a postura do governador paulista, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em suas tentativas para negociar a sobretaxa de 50% imposta pelos EUA sobre produtos nacionais. As declarações foram dadas em entrevista ao portal Metrópoles na quarta-feira, dia 16.

“Tarcísio é responsável e ponderado. Ele demonstra compromisso com o cargo e empenho para encontrar uma solução solidária para aqueles afetados pela possível medida americana”, afirmou o dirigente partidário.

O governador teve encontros com o encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos, Gabriel Escobar, e empresários buscando uma negociação para a tarifa imposta.

Kassab destacou ainda que o governador tem evitado conflitos e procura sempre a melhor forma de agir. Tarcísio recebeu críticas do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por suas tentativas de negociação da sobretaxa.

Eduardo Bolsonaro defende que essa taxa seja usada como instrumento de pressão para que o Congresso conceda anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aos que foram condenados pelos ataques de 8 de janeiro.

Em meio às críticas, Kassab afirmou que o governador demonstra seriedade em relação às empresas locais num momento delicado, e que não é o momento propício para entrar em debates acirrados sobre as críticas feitas por Eduardo Bolsonaro.

Suporte de Kassab a Tarcísio para 2026

O partido liderado por Kassab detém três ministérios no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No entanto, em abril deste ano, o dirigente mencionou que a legenda não lançaria candidato à Presidência em 2026 caso Tarcísio, que pode disputar com Lula, confirme sua candidatura.

Demonstrando aproximação com a direita, Kassab recebeu a medalha “imbrochável, imorrível e incomível” concedida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. No início deste ano, também declarou que Lula não teria condições de ser reeleito em 2026 e qualificou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, como “fraco”.

Porém, após pressão do presidente Lula sobre o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, também do PSD, Kassab revisou sua posição, reconhecendo que o petista tem chances reais de se reeleger nas próximas eleições.