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Centrão hesita em apoiar mudança para manter mandato de Eduardo Bolsonaro
Parlamentares fiéis a Jair Bolsonaro buscam uma solução para evitar a perda do mandato do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), mas integrantes do Centrão resistem a apoiar essa articulação política.
Com o fim do afastamento de Eduardo Bolsonaro previsto para o próximo domingo, ele enfrenta a possibilidade de cassação se ultrapassar um terço de faltas nas sessões parlamentares do ano. Morando atualmente nos Estados Unidos, o deputado teme prisão por suas declarações contra o Supremo Tribunal Federal (STF), mantendo-se irredutível quanto a não renunciar ao mandato.
O PL tem considerado alternativas, como a alteração do regimento interno da Câmara para permitir o exercício remoto do mandato. Existem propostas, como a do deputado Evair de Mello (PP-ES), que autoriza o trabalho parlamentar a distância, e a do líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), que propõe estender a licença de Eduardo em 120 dias, garantindo mais tempo para o mandato.
Outra possibilidade é apresentar atestado médico para justificar eventuais faltas. Entretanto, líderes do Centrão afirmam que não há garantias de aprovação dessas mudanças até o fim do recesso parlamentar em agosto.
A decisão final sobre cassação, tomada pela Mesa Diretora da Câmara, não é automática, como demonstrado pelo caso do ex-deputado Chiquinho Brazão, cassado meses após atingir o limite de faltas.
A cassação por ausência não impede Eduardo Bolsonaro de se candidatar a cargos eleitorais no próximo ano, incluindo a presidência ou o Senado.
Porém, a proposta de alterar o regimento encontra forte resistência política. Mário Heringer, líder do PDT na Câmara, classificou a iniciativa como um “casuísmo extremo” e uma tentativa absurda de legitimar um exilado político.
Além disso, líderes do Centrão também expressam desconforto com a postura combativa adotada por Eduardo contra o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). O deputado chegou a chamar o governador de “servil” por buscar acordos para atenuar o impacto das tarifas impostas pelo presidente americano Donald Trump sobre produtos brasileiros.
Eduardo Bolsonaro defende a anistia para os condenados nos ataques golpistas do 8 de janeiro, enquanto o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), alerta que o deputado está equivocado e reforça a necessidade de apoio de Jair Bolsonaro a Tarcísio para a resolução da crise tarifária.
Representantes do PL e União Brasil reconhecem a existência de tensões internas, consideram normais as divergências entre políticos com responsabilidades diferentes e destacam o interesse de ambos (Eduardo e Tarcísio) em disputar a presidência nas próximas eleições.
Em ato de conciliação, Eduardo Bolsonaro declarou ter mantido diálogo com o governador, assegurando que ambos atuam com o melhor interesse do país.
Sóstenes Cavalcante nega dificuldades e afirma que Eduardo e Tarcísio estão alinhados na oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Nenhuma dificuldade. Será que alguém acredita que Eduardo Bolsonaro ou Tarcísio apoiariam o Lula? Claro que não.”

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