Economia
Lojistas da Rua 25 pedem apoio claro do Lula

O governo dos Estados Unidos anunciou que iniciou uma investigação sobre possíveis práticas injustas do Brasil, focando no sistema Pix e na Rua 25 de Março, conhecida área popular de comércio em São Paulo.
A União dos Lojistas da Rua 25 de Março e Adjacências (Univinco25), com sede em São Paulo, enviou um documento nesta quarta-feira (17) ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, solicitando defesa da soberania do país e um apoio mais firme do governo diante das pressões dos Estados Unidos contra os comerciantes e trabalhadores locais.
Recentemente, os Estados Unidos informaram que abriram uma investigação comercial para verificar se o tratamento oferecido pelo Brasil ao comércio digital e aos serviços de pagamento eletrônico, como o Pix, cria barreiras ou custos injustos para o comércio norte-americano. Quanto à Rua 25 de Março, a entidade comercial norte-americana a acusa de ser um dos maiores pontos de pirataria no país, apesar das operações policiais.
Em resposta, a Univinco25 colocou-se à disposição do Palácio do Planalto e órgãos governamentais, oferecendo experiência e sugestões para fortalecer a legalidade e a formalização no setor comercial, além de pedir um apoio mais firme para a economia local, que gera mais de 35 mil empregos formais. O ofício destaca a possibilidade de elaborar uma resposta firme, racional e soberana diante dessa situação.
A organização destaca que a Rua 25 de Março é um dos maiores centros comerciais populares do planeta, fundamental não só para a economia de São Paulo, mas também para o fornecimento a milhares de municípios no Brasil e na América do Sul.
Embora seja importante proteger a propriedade intelectual e cumprir acordos internacionais, é necessário diferenciar entre atividades legais eventuais, que requerem fiscalização rigorosa, e a percepção equivocada de uma área comercial dinâmica e majoritariamente legítima. A retórica externa que criminaliza este ecossistema econômico, que movimenta bilhões, prejudica milhões de trabalhadores honestos, contribuintes, autônomos e pequenos empresários. Essa postura externa prejudica a imagem do país e compromete a confiança no diálogo internacional respeitoso, conforme destacou no documento Cláudia Urias, diretora executiva da Univinco25.
Além disso, amanhã (18), o Sindicato dos Comerciários de São Paulo (Secsp) realizará uma manifestação na região da Rua 25, a partir das 10h. O ato contará com a presença de líderes sindicais, trabalhadores, movimentos sociais e representações comerciais com o objetivo de defender os empregos e negócios locais e expressar descontentamento com declarações do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
No entanto, a Univinco25 não apoia essa manifestação, considerando que tais ações não ajudam na resolução da situação imposta recentemente pelo governo norte-americano. A entidade enfatiza que o comércio local está focado em recuperar o fluxo de consumidores, que ainda permanece abaixo dos níveis pré-pandemia.

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