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Promotora do caso Epstein é dispensada nos EUA

Maurene Comey, promotora federal nos Estados Unidos que atuou no caso envolvendo o magnata Jeffrey Epstein e filha do crítico do ex-presidente Donald Trump, foi dispensada de forma surpreendente, segundo reportagens americanas.
Maurene Comey, filha do ex-diretor do FBI James Comey, teve seu contrato encerrado na quarta-feira, dia 16, quando exercia o cargo de promotora assistente em Manhattan. O Departamento de Justiça (DoJ) escolheu não comentar sobre o ocorrido quando questionado pela AFP.
Em uma mensagem enviada a antigos colegas, Maurene Comey, que atuou por uma década no escritório do promotor do Distrito Sul de Nova York, revelou que foi dispensada sem explicações pelo DoJ.
Ela alertou seus pares para não se deixarem dominar pelo medo. “Quando um promotor de carreira é dispensado sem justificativa, o temor pode afetar as decisões dos que permanecem”, disse ela. “Não permitam que isso aconteça. O medo é uma arma dos tiranos.”
A exoneração de Maurene Comey ocorreu uma semana após o DoJ anunciar a abertura de uma investigação criminal, sem detalhes divulgados, envolvendo seu pai, conhecido adversário do ex-presidente Trump. O fato também acontece enquanto cresce a pressão para que Trump libere informações da investigação sobre Epstein, que foi encontrado morto em sua cela enquanto aguardava julgamento por suspeitas ligadas ao tráfico sexual.
Maurene Comey esteve entre os promotores que trataram do caso do investidor. Ela também moveu ação contra Ghislaine Maxwell, cúmplice de Epstein, condenada por tráfico sexual de menores.
Trump tem enfrentado críticas dentro de sua base conservadora, que acredita que o governo tem encoberto fatos sombrios relacionados aos crimes de Epstein para proteger figuras da elite. A extrema direita defende a existência de uma lista secreta com nomes de clientes de Epstein e suspeita que sua morte tenha sido resultado de uma conspiração.
O Departamento de Justiça e o FBI emitiram um comunicado informando que não há evidências que comprovem a existência de uma “lista de clientes” ou chantagens contra pessoas influentes.
James Comey, pai de Maurene, teve desentendimentos públicos com Trump no passado. Durante o primeiro mandato de Trump (2017-2021), ele foi destituído enquanto comandava investigação sobre possível conluio entre membros da campanha republicana e Moscou para interferir nas eleições de 2016.
Desde que Trump retornou à Casa Branca em janeiro, vem tomando medidas contra aqueles que considera adversários. Entre as ações estão a revogação de autorizações de segurança que permitem acesso a informações confidenciais, ataques a escritórios de advocacia que já atuaram contra ele, e cortes de verbas federais para instituições de ensino superior.

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