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Obesidade em pets: alimentação usada para aliviar tristeza e solidão

Na relação entre tutor e pet, alimentar vai além de uma necessidade nutricional, sendo uma forma de expressar cuidado e carinho. Contudo, muitos tutores acabam exagerando na oferta de comida para seus cães ou gatos, o que pode prejudicar a saúde dos animais.
Uma pesquisa encomendada pela Royal Canin mostrou que 60,15% dos tutores dão comida aos pets quando percebem que eles estão tristes, entediados ou sozinhos.
Priscila Rizelo, médica-veterinária, comenta que alimentar o pet como forma de afeto é importante para fortalecer o vínculo, mas reforça que essa prática precisa ser orientada por profissionais para evitar desequilíbrios nutricionais e a obesidade.
O estudo ouviu 2.000 tutores de gatos e cães, e 250 profissionais veterinários, incluindo clínicos e nutricionistas.
Além de oferecer alimentos como agrado, muitos tutores também dão comida humana aos seus pets, principalmente durante o preparo das refeições ou enquanto comem. Quase metade dos entrevistados admitiu já ter dado comida humana aos seus animais, com destaque para alimentos cozidos, vegetais e carne crua.
Essa prática pode ser perigosa, pois além de favorecer o ganho de peso, alguns alimentos são tóxicos para pets, como cebola, alho, uva, chocolate e café, entre outros, podendo causar emergências de saúde. Além disso, oferecer proteína crua aumenta o risco de contaminação por bactérias como Salmonella e E.coli.
Dos tutores que oferecem comida humana, 39,51% acreditam que isso não prejudica os animais, e 36,52% o fazem para agradá-los, o que destaca a necessidade de orientação veterinária constante.
Obesidade em pets
A pesquisa mostrou que a maioria dos tutores reconhece os riscos da obesidade, associando o problema a doenças cardíacas, diabetes tipo 2 e dificuldades respiratórias. A obesidade pode ainda causar doenças articulares, pancreatite e problemas no fígado, comprometendo a qualidade de vida e a longevidade dos animais.
O excesso de peso está relacionado tanto à alimentação inadequada quanto à predisposição genética e à falta de exercícios físicos. Cerca de 41,95% dos tutores indicaram a falta de atividade física como um fator chave para a obesidade, enquanto 50,90% apontaram a dificuldade de manter os pets ativos como um grande desafio.
Para enfrentar esses problemas, 75,75% dos tutores buscam orientações veterinárias.
Entre os profissionais veterinários entrevistados, 94,8% relataram aumento significativo dos casos de obesidade pet nos últimos anos, e 58% afirmaram um crescimento ainda maior desde a pandemia da Covid-19. Porém, 57,60% desses profissionais acreditam que muitos tutores subestimam os riscos do excesso de peso, o que dificulta o tratamento eficiente e afeta negativamente a saúde dos animais.

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