Sete suspeitos presos por morte de casal de empresários em São Paulo

A Polícia Civil de São Paulo prendeu na noite de quinta-feira (17/7) o sétimo suspeito envolvido no assassinato do casal de empresários José Eduardo Ometto Pavan, 69 anos, e Rosana Ferrari, 61 anos, ocorrido em um sítio da família em São Pedro, interior do estado, em abril deste ano.

O novo detido foi identificado como A.S.L., 29 anos, filho de outro suspeito do crime, J.S.L., 60 anos, que foi preso horas antes em São Carlos. Segundo a polícia, A.S.L. é casado com a sobrinha de C.J.A., 39 anos, que também foi preso junto com J.S.L. na segunda fase da Operação Jogo Duplo.

De acordo com a Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Piracicaba, todos os envolvidos foram atraídos para cometer o assassinato com a promessa de uma recompensa milionária, feita pelo casal de advogados Hércules Praça Barroso, 44 anos, e Fernanda Morales Teixeira Barroso, 47 anos, apontados como mandantes do crime. As vítimas eram clientes destes advogados.

Essa nova fase da investigação surgiu após análise do celular e computador dos advogados, reforçando a suspeita de que eles mandaram matar o casal e permitindo a identificação de mais um suspeito.

Hércules e Fernanda foram presos em 17 de junho em um condomínio de luxo em São Carlos. Conforme a polícia, o casal teria falsificado documentos para enganar as vítimas e aplicar um golpe de cerca de 12 milhões de reais. Na mesma ação, foi preso Carlos César Lopes de Oliveira, 57 anos, ex-motorista dos advogados, e Edinaldo José Vieira, 54 anos, encontrados em Praia Grande.

Investigações indicam que os advogados encomendaram o assassinato para realizar a apropriação do patrimônio milionário do casal, que não tinha herdeiros. José Eduardo era dono de um sítio com plantação de eucaliptos e criação de gado, além de ser herdeiro da família Ometto Pavan, importante no setor açucareiro brasileiro. Rosana era proprietária de uma escola em Araraquara, onde o casal residia.

Para fraudar os clientes, os advogados induziam o casal a erro, resultando em depósitos para despesas processuais inexistentes, falsificando guias, comprovantes e até decisões judiciais para obter vantagens ilícitas.

Hércules e Fernanda teriam se apropriado de aproximadamente 12 milhões de reais em imóveis do casal, além de terem recebido cerca de 2,8 milhões de reais em depósitos de supostas despesas processuais. Após essa apropriação, encomendaram o assassinato dos clientes.

A 30ª Subseção da OAB de São Carlos acompanha a ação da polícia. A reportagem ainda aguarda posicionamento da defesa dos acusados.

No dia do crime, as vítimas foram vistas vivas junto a um dos investigados. Após o anoitecer, o carro dos empresários foi conduzido até a chácara da família, onde foram encontrados mortos dentro do veículo, com tiros no peito à queima-roupa.