Expositores comemoram sucesso na 25ª Fenearte

O ambiente está repleto de alegria para os artesãos e empresários que participam da 25ª Fenearte – Feira Nacional de Negócios do Artesanato. Muitos afirmam terem vendido quase todos — ou até a totalidade — de seus produtos, correndo contra o relógio para repor mercadorias, além de firmar acordos comerciais com lojistas e grandes marcas de várias regiões do Brasil. O evento acontece no Pernambuco Centro de Convenções, em Olinda, desde o dia 9 de julho e encerra neste domingo (20). Dados sobre o impacto econômico serão divulgados pela Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (Adepe) em entrevista coletiva nesta segunda-feira (21).

No estande 571, lar da Casa do Matrioska, o movimento é intenso. O destaque do espaço são os itens da cultura russa, como a tradicional boneca matrioska, bem como roupas, objetos decorativos e artigos que remetam à antiga União Soviética. Para o empresário russo Vladislav Yunga, conhecido como Vlad, a Fenearte é a melhor feira de artesanato do mundo. “Participamos de uma feira famosa em Milão, na Itália, mas aqui vendemos muito mais. Essa é nossa quinta participação aqui, e as vendas estão ótimas”, comenta o empresário.

A Fenearte é também uma plataforma essencial para negócios. O designer Elismar Santos relata que nesta edição firmou um contrato de revenda com a loja Tok&Stok. São luminárias disponíveis no estande do estado de Goiás, situado na rua 7. No entanto, nem todas as peças estão à venda, pois foram selecionadas para testar a aceitação do público pernambucano. “Participei de feiras em São Paulo e Goiás, mas nenhuma teve a mesma repercussão que aqui.” Além do contato comercial, o designer de Goiás já conquistou um lucro aproximado de R$ 30 mil com as vendas.

Para os expositores locais, a situação é igualmente favorável. O artesão Aldemir Nascimento, conhecido como Mito Escultor, do Paulista, Região Metropolitana do Recife, revelou que esgotou todo o seu estoque de aproximadamente 600 peças nos três primeiros dias do evento. As esculturas de madeira, pintadas manualmente, apresentam traços contemporâneos e narrativas expressivas. Mito também realiza vendas pelo Instagram (@mitoescultor), que ganhou novos seguidores durante a feira, e através da agência dos Correios instalada no local, permitindo encomendas para todo o Brasil.

“Participo há 14 anos e sempre é um sucesso. Durante o evento, mantive uma produção intensa, pois a demanda foi grande. Enquanto eu esculpia, minha esposa pintava e comercializava no estande”, conta, mencionando que dobrou as vendas em relação ao ano passado e já tem encomendas previstas até setembro. Com estande na rua 2, ele destaca que a experiência adquirida em edições anteriores contribuiu para maior sucesso na organização e vendas.

Mesmo expositores novatos percebem a valorização do artesanato na Fenearte. Os artistas paraenses Kekel e Barata, do Instituto Letras que Flutuam, exibem seus letreiros pintados em pedaços de madeira de barcos e palafitas, típicos do Norte do Brasil, no Espaço Janete Costa. Kekel relata que superou as expectativas de lucro na estreia, com vendas acima de R$ 12 mil em um único dia, precisando buscar mais madeira para reposição na praia de Boa Viagem.

No estande 274, na rua 10, a marca Tânia Bonfim Bolos estreou na feira com produções de confeitaria quase artísticas e variados sabores. A empresa repõe diariamente os estoques para atender à demanda. No primeiro sábado, foram vendidos 3 mil bolos, custando até R$ 24 cada, e mais 2 mil foram produzidos para reposição. Hugo Bonfim, filho da proprietária, conta a surpresa com a alta procura e o esforço de produção no ateliê.

A 25ª edição recebeu um investimento de R$ 15 milhões do Governo de Pernambuco, por meio da Adepe. O evento espera superar os resultados de 2024, que teve impacto econômico de R$ 108 milhões, cerca de 320 mil visitantes e índice de aprovação de 98,6%.

A Fenearte é uma política pública que marcou a história do artesanato brasileiro e permanece como uma referência aguardada por mestres, artesãos e apreciadores da cultura popular. Neste ano, a maior feira de artesanato da América Latina realiza a 25ª edição com o tema “A Feira das Feiras”, homenageando as feiras livres que foram as primeiras plataformas para os artesãos de Pernambuco mostrarem suas obras e sobrevivenciarem.

Realizada pelo Governo do Estado via Adepe, a Fenearte teve seus ingressos disponibilizados nos sites oficiais e em pontos físicos, consolidando-se como evento cultural e comercial de extraordinário sucesso.