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Chefe do Mpsp quer explicações de Guilherme Derrite sobre casa de luxo

Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, procurador-geral de Justiça de São Paulo, solicitou esclarecimentos ao secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite (PP), a respeito da construção de uma casa luxuosa em um condomínio fechado na cidade de Porto Feliz, a cerca de 115 quilômetros da capital paulista, conhecida por abrigar pessoas muito ricas.
A informação foi divulgada inicialmente pelo Metrópoles no começo de julho. O empreiteiro responsável pela obra informou que os pagamentos foram feitos junto a um empresário amigo de Derrite, que nega qualquer irregularidade. Posteriormente, o deputado estadual Antonio Donato (PT) requereu uma investigação ao Ministério Público de São Paulo (MPSP) para apurar possíveis indícios de enriquecimento ilícito.
Como Guilherme Derrite ocupa cargo de secretário estadual, cabe ao procurador-geral avaliar a possibilidade de abertura de inquérito. Oliveira e Costa analisará as justificativas apresentadas antes de decidir.
De acordo com a reportagem, Derrite está erguendo uma residência de aproximadamente 440 metros quadrados, cujo investimento totaliza pelo menos R$ 3 milhões, incluindo terreno, projeto arquitetônico e construção. Esse valor supera em mais do que o triplo os bens declarados pelo secretário há três anos.
O terreno, com 800 metros quadrados, foi adquirido diretamente da incorporadora em junho de 2023, com pagamento à vista de R$ 475 mil. Um mês antes, o secretário vendeu um apartamento na zona oeste de São Paulo por R$ 650 mil.
A casa contará com design moderno, linhas retas, janelas amplas, revestimentos de madeira cumaru e piscina retangular. A obra está na fase final de execução, em condomínio que oferece quadras de tênis, piscina semiolímpica coberta, academia e lago próximo.
O empreiteiro declarou que um empresário amigo do secretário, chamado Guilherme Moron Peres Trindade (também conhecido como Gui Moron), participa dos pagamentos da obra.
O pedido de investigação do PT requer que o MPSP averigúe a origem dos recursos e possível ocultação de patrimônio, devido a indícios de enriquecimento ilícito, bens incompatíveis com a renda, conflito de interesses e favorecimento indevido envolvendo Derrite. Também destacam-se relações comerciais com empresários que possuem contratos com o governo estadual.
Gui Moron, empresário conhecido no setor de eventos, é amigo de longa data de Derrite e mantém participação ativa em empreendimentos regionais, incluindo uma grande casa de shows em Sorocaba e eventos de alta visibilidade. Ele foi recentemente condecorado pela Polícia Militar em cerimônia presidida pelo próprio secretário.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública afirmou que todas as aquisições feitas por Guilherme Derrite e sua família são compatíveis com sua renda, fruto de duas décadas de trabalho e economia familiar. Ressaltam que o terreno foi adquirido com recursos provenientes da venda de um apartamento e que a construção está sendo feita de forma gradual. É enfatizado que o valor citado não reflete necessariamente o custo total da obra, considerando que imóveis finalizados no mesmo condomínio possuem valores semelhantes, e ressaltaram que o condomínio não é de padrão altíssimo, como pode ter sido interpretado na reportagem.

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