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MPSP denuncia policiais militares por morte de suspeito em Paraisópolis

Ministério Público de São Paulo (MPSP), representado por três promotores de Justiça do 5º Tribunal do Júri da Capital, apresentou denúncia contra quatro policiais militares envolvidos em operação realizada em 10 de julho que resultou na morte de Igor Oliveira de Moraes Santos, em Paraisópolis, zona sul de São Paulo.
Conforme a promotoria, dois policiais dispararam armas de fogo contra suspeitos que estavam rendidos com as mãos na cabeça durante a perseguição, caracterizando homicídio doloso. O MPSP afirma que os agentes atuaram “com intenção homicida, por motivo torpe e usando recurso que dificultou a defesa da vítima”, uma vez que Igor estava rendido no momento.
Dois outros policiais foram denunciados por colaborarem com o ato ilícito, oferecendo auxílio material e moral aos executores, ao participarem da abordagem, rendição e efetuarem disparos no cômodo onde a vítima foi atingida.
Na sequência do ocorrido, o Ministério Público comprometeu-se a acompanhar as investigações. Vídeos captados pelas câmeras corporais dos policiais revelam que Igor Oliveira foi morto enquanto estava rendido e desarmado, confirmando a execução.
A perseguição envolveu quatro suspeitos, que tentaram fugir invadindo uma residência. As imagens mostram três policiais dentro de um quarto com três dos jovens, onde os tiros foram disparados.
O governador Tarcísio de Freitas reconheceu a ilegalidade da ação após análise das câmeras corporais e prometeu rigor no combate a abusos, declarando que o governo vai investir em tecnologia e treinamento policial para evitar ocorrências semelhantes.
Testemunhas confirmaram que o jovem e os demais suspeitos estavam desarmados. A proprietária do imóvel negou que armas ou drogas tenham sido encontradas no local, como alegado pela polícia, e as imagens divulgadas mostraram o material de apreensão disposto sobre a cama.
A Secretaria de Segurança Pública lamentou a divulgação das imagens e repudiou a conduta dos policiais envolvidos. Dois agentes foram presos em flagrante, e os outros indiciados. As autoridades instauraram inquéritos para apurar todos os fatos, incluindo o inquérito policial militar e investigações do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).
Paraisópolis é apontada como a comunidade com maior número de mortes causadas por policiais militares em São Paulo, segundo levantamento que mostra que policiais mataram diversas pessoas, incluindo muitos desarmados ou com tiros nas costas. O 89º Distrito Policial, que abrange Paraisópolis, é o mais afetado na capital.
A Polícia Militar, por sua vez, declarou não tolerar desvios de conduta, ressaltando que centenas de policiais foram presos ou expulsos desde o início da atual gestão. Cada morte envolvendo policiais é investigada com o acompanhamento da corregedoria e do Ministério Público, incluindo comissões que buscam identificar irregularidades. A PM também ressaltou investimentos em capacitação contínua dos agentes e aquisição de equipamentos menos letais, visando reduzir a letalidade nas ações policiais.

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