Servidor público acusado de atacar 18 ônibus em São Paulo

Com presença ativa nas redes sociais, o servidor público Edson Aparecido Campolongo, 68 anos, foi reconhecido na manhã de terça-feira (22/7) como responsável por 18 ataques a ônibus em São Paulo. Ele frequentemente publica críticas contra o Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e contra o ministro Alexandre de Moraes.

Dois dias antes de ser conduzido à Delegacia Seccional de São Bernardo, na região metropolitana, no domingo (20/7), ele compartilhava vídeos em seu Facebook.

Edson Campolongo reside em Taboão da Serra, também na Grande São Paulo, e atua há mais de 30 anos como motorista na Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) — no último ano, trabalhando diretamente para o chefe de gabinete.

Segundo a Polícia Civil, ele admitiu ser o autor de pelo menos 17 ataques em São Bernardo do Campo, São Paulo e Santo André. Durante o depoimento, Edson afirmou que cometeu os ataques com a intenção de melhorar o Brasil e tirar o país da situação difícil, mas reconheceu que sua ação foi errada e irresponsável, segundo o delegado seccional Domingos Paulo Neto.

Edson também recrutou seu irmão, Sergio Aparecido Campolongo, 56 anos, que participou de ao menos dois ataques. Ambos tiveram a prisão preventiva solicitada e aprovada pela Justiça. Com a prisão de Edson, o número de detidos pelos ataques a ônibus chegou a 15. Sergio segue foragido.

O delegado Domingos Paulo Neto revelou que a polícia localizou o suspeito após identificar um Volkswagen Virtus branco, usado em diversos ataques. O veículo seria oficial do governo.

Foram confiscados bolas de aço, estilingues e outros equipamentos em endereços ligados a Edson. Ele declarou à delegacia que comprou alguns desses itens no ano anterior e que os alvos eram escolhidos aleatoriamente.

Imagens de câmeras de segurança mostram o suspeito lançando um coquetel molotov em um ônibus. A jaqueta usada por ele nessas imagens foi um dos indícios que contribuíram para sua identificação.

Edson e seu irmão podem responder por dano qualificado e atentado contra serviço público. Para os investigadores, o fato de Edson ter cometido múltiplos atos de vandalismo em série o diferencia dos outros suspeitos detidos, que foram flagrados em atos isolados.

Os investigadores não acreditam que a verdadeira motivação do servidor público seja melhorar o Brasil.