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Ex-assessor de Bolsonaro diz ter sido usado como bode expiatório por delator

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Filipe Martins, ex-assessor da Presidência da República para Assuntos Internacionais, declarou nesta quinta-feira (24) que foi usado como bode expiatório pelo tenente coronel Mauro Cid, que delatou um plano golpista com o intuito de manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder mesmo após ter perdido as eleições.

No depoimento, Cid mencionou que Martins teria participado de uma reunião no dia 7 de dezembro com comandantes das Forças Armadas e Bolsonaro, onde teria apresentado um rascunho de decreto golpista a ser assinado pelo ex-presidente para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.

Martins contestou essas declarações, apontando pareceres da Polícia Federal (PF) e da Procuradoria-Geral da República (PGR) que questionam a credibilidade da delação de Cid, sugerindo até que ele poderia estar protegendo outras pessoas. Ele afirmou que há a convicção de que Cid procura bodes expiatórios e que ele foi injustamente colocado nesta reunião fictícia apenas com base na palavra do delator.

Martins foi interrogado como parte de um grupo de seis réus, considerados núcleo 2 da trama golpista, supostamente envolvidos em tentativas de manter Bolsonaro no poder, conforme denúncia da PGR. Esse grupo é acusado de crimes graves, incluindo organização criminosa armada, tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolir o Estado Democrático de Direito, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado, com penas que juntas ultrapassam 30 anos de prisão.

Durante seu interrogatório, Martins pediu desculpas pela longa defesa e explicou que esteve impedido de se manifestar publicamente por quase dois anos devido a restrições impostas pelo ministro Alexandre de Moraes. Ele ressaltou que nunca esteve na reunião que lhe foi atribuída e apresentou documentos da Corregedoria-Geral da União (CGU) para contestar registros que sugerem sua presença no Palácio da Alvorada naquele dia, apontando erros no registro do seu nome.

Além disso, o general Freire Gomes, comandante do Exército em dezembro de 2022, testemunhou não lembrar da presença de Martins na reunião com Bolsonaro, contradizendo a acusação.

Martins acredita que foi denunciado sem provas suficientes para justificar sua prisão preventiva, que durou mais de seis meses. A prisão foi requisitada pela PF, que suspeitou de uma tentativa de fuga após encontrar uma lista de passageiros para um voo em que Bolsonaro teria saído do país. No entanto, a lista não era definitiva e Mauro Cid negou que Martins estivesse previsto para embarcar. O embaixador André Chermont também confirmou que Martins não constava da lista final.

A defesa argumenta que a PF agiu de maneira seletiva ao prender Martins, ignorando evidências claras que comprovam que ele não deixou o país no final de 2022.

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