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Ex-auxiliar de Bolsonaro confirma autoria de plano com ameaças a Lula, Alckmin e Moraes

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O general da reserva Mário Fernandes admitiu nesta quinta-feira, em depoimento no Supremo Tribunal Federal (STF), ser o responsável pelo documento conhecido como “Plano Punhal Verde e Amarelo”. Segundo a Polícia Federal, o documento delineava possíveis cenários para ataques contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal relacionada à trama golpista.

Fernandes está entre os réus no processo que investiga o “núcleo 2” da tentativa de golpe de Estado e falou pela primeira vez desde sua prisão, ocorrida em novembro do ano anterior. Durante a audiência conduzida por um juiz instrutor designado por Moraes, o militar confirmou ter produzido o material encontrado em seus equipamentos eletrônicos, mas minimizou seu teor, alegando que se tratava de uma análise pessoal, feita por hábito individual.

“Esse arquivo digital, que reflete um pensamento meu digitalizado, é um estudo de situação, uma análise de riscos que realizei e, por costume pessoal, escolhi digitalizá-lo. Esse pensamento digitalizado não foi compartilhado com ninguém”, declarou o general.

Fernandes tentou destacar que o plano não tinha um objetivo prático imediato. Ele afirmou que o documento foi impresso apenas para leitura própria, tendo logo após sido destruído.

“Imprimi por um hábito pessoal de evitar ler documentos na tela. Imprimi para mim e logo depois rasguei”, disse ele.

Apesar da tentativa de despolitizar o conteúdo, a Polícia Federal encontrou no documento estratégias para ataques a autoridades públicas, fundamentando parte da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) no processo principal da tentativa de golpe. Fernandes é apontado como um dos integrantes do núcleo responsável por ações operacionais caso o plano fosse posto em prática.

Durante o interrogatório, o general definiu o plano como “uma compilação de dados” e expressou arrependimento por ter digitalizado o texto, ressaltando que “não passa de um pensamento digitalizado”.

Fernandes, que ocupou a posição de número dois na secretaria-geral da presidência durante o governo Bolsonaro, enfrenta acusações da PGR por crimes como tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, participação em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio histórico.

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