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O que disseram os réus dos núcleos 2 e 4 da trama golpista em depoimento ao STF

O Supremo Tribunal Federal (STF) realizou na quinta-feira, 24, os depoimentos dos réus dos núcleos 2 e 4 da trama golpista. A Procuradoria-Geral da República (PGR) dividiu a denúncia sobre a tentativa de golpe após as eleições de 2022 em núcleos. Ao todo, 13 réus foram ouvidos, com interrogatórios que possibilitam questionamentos do juiz, da acusação e das defesas.
Enquanto o núcleo 1 reúne os líderes, como o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o núcleo 2 inclui os acusados de operacionalizar a tentativa de permanecer no poder. Já o núcleo 4 é composto por aqueles que divulgaram desinformação.
Os interrogatórios ocorreram simultaneamente nas Turmas do STF, por meio virtual, conduzidos por juízes auxiliares do gabinete do ministro Alexandre de Moraes, relator das ações penais.
Núcleo 2
Fernando Oliveira, delegado da Polícia Federal e diretor de operações no Ministério da Justiça no fim de 2022, afirmou que pediu ao ministro Anderson Torres o adiamento de uma viagem aos EUA, expressando preocupação com os atos marcados para 8 de janeiro de 2023, mas a viagem foi mantida.
Filipe Martins, ex-assessor para assuntos internacionais de Bolsonaro, negou ter elaborado uma versão da “minuta do golpe” e afirmou não ter deixado o país no fim de 2022, considerando-se preso político. Seu depoimento teve momentos de embate com juiz, acusação e defesa.
Marcelo Câmara, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, disse se sentir usado pelo colega Mauro Cid para ações de monitoramento do ministro do STF, classificando as informações coletadas como incompletas.
Mário Fernandes, general e secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência na época, assumiu ter escrito um esboço prevendo assassinatos de autoridades, mas chamou o plano de “pensamento digitalizado” e afirmou ter destruído o documento sem compartilhá-lo.
Marília Alencar, delegada da PF e ex-diretora de inteligência, confirmou ter solicitado um projeto de Business Intelligence para analisar votos, negando que tivesse finalidade eleitoral ou fosse usado para intensificar policiamento.
Silvinei Vasques, ex-diretor da PRF, negou ter ordenado blitzes em regiões favoráveis ao ex-presidente Lula no segundo turno das eleições.
Núcleo 4
Reginaldo de Abreu, coronel da reserva, admitiu ter sugerido ao general Mário Fernandes uma reunião para tratar do plano golpista, mas classificou a mensagem como um desabafo e negou contato com Bolsonaro.
Giancarlo Gomes, subtenente do Exército e agente da Abin, confirmou ter pesquisado ligações entre parente do ministro Luís Roberto Barroso e empresa responsável pelas urnas eletrônicas de 2022, sendo acusado pela PGR de integrar um núcleo de desinformação.
Marcelo Bormevet, policial federal, negou conhecer Bolsonaro, ter acesso ao sistema First Mile e ter produzido desinformação.
Carlos Cesar Moretzsohn Rocha, presidente do Instituto Voto Legal, declarou que o relatório sobre as urnas eletrônicas era uma auditoria técnica sem intenção de apontar fraudes.
Ailton Moraes Barros, ex-major do Exército, rejeitou ter pressionado comandantes a apoiar o golpe, qualificando as mensagens interceptadas da PGR como “choradeira de perdedor de campanha” e afirmando não ter agido conforme indicado.

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