CNI lidera missão de empresários dos EUA e Brasil contra tarifas

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, informou nesta sexta-feira (25) que a organização realizará uma missão comercial nos Estados Unidos nas próximas semanas com o objetivo de apoiar as negociações sobre a taxa de 50% aplicada a produtos importados do Brasil.

Durante um encontro com entidades do setor produtivo, Ricardo Alban destacou que a mobilização busca conscientizar empresas brasileiras e americanas, bem como os seus respectivos governos, sobre os impactos negativos dessa tarifa aplicada pelo governo dos EUA.

“Nosso propósito principal é discutir a importância e a adequação de reunir as empresas americanas num futuro próximo, nas próximas semanas, caso as tarifas sejam mantidas. A viagem aos EUA visa sensibilizar as companhias brasileiras junto ao governo brasileiro e as americanas junto ao governo dos Estados Unidos”, explicou Alban.

A taxa entraria em vigor a partir do dia 1º de agosto, caso não seja suspensa pelo governo americano. Alban frisou que a iniciativa não busca intermediar uma negociação direta entre governos.

“Não pretendemos negociar diretamente, essa responsabilidade cabe aos governos, mas queremos facilitar a convergência para um acordo.”

O governo brasileiro continua tentando negociar com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Entretanto, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o vice-presidente Geraldo Alckmin têm ressaltado que o governo americano ainda não respondeu às tentativas de contato.

Haddad mencionou que algumas empresas, inclusive americanas, já estão acionando a Justiça nos EUA para contestar as tarifas impostas.

“Muitas companhias estão entrando com processos judiciais nos Estados Unidos, incluindo firmas americanas”, afirmou Haddad à Rádio Itatiaia. “Essa taxação causa desorganização nas cadeias produtivas dos dois países.”

Em entrevista recente, o ministro indicou que o governo concluiu um plano de apoio para os setores mais afetados pelas tarifas, que será apresentado ao presidente Lula na próxima semana. Entre as ações incluem-se linhas emergenciais de crédito para determinados segmentos da economia.